Talvez quem melhor definiu a atual situação da campanha eleitoral tenha sido a candidata do Partido Verde, a Senadora Marina Silva: “Não vamos entrar nesse festival de baixaria em hipótese alguma. (...) Querem fazer um plebiscito entre quem faz mais baixaria. Não acho que seja bom para a democracia esse tipo de acusação e de desqualificação.”
O que motivou as apreciações de Marina Silva foi a entrevista de Indio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, ao site Mobiliza PSDB, em que acusou o PT de estar ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e ao narcotráfico. Em resposta à crítica de Dilma Rousseff de que seria um candidato improvisado, que tería caído do céu, Índio chamou a candidata do PT à presidência de “atéia e esfinge de pau oco”.
Diante desses ataques, José Eduardo Dutra, presidente do PT e coordenador da campanha de Dilma, disse que decidirá hoje, com os advogados, se processará Índio da Costa. E afirmou: “São declarações de um desqualificado. A que ponto chega a política.Quando se coloca uma pessoa sem capacidade para concorrer, ela se deslumbra e fala bobagens.”
À própria campanha de José Serra e à direção do PSDB, não terão agradado as assertivas do novel candidato a vice. Em meio, no entanto, àqueles que, de uma forma ou outra, se dissociam da posição de Índio da Costa, o deputado colhe apoio junto a seu partido, o DEM, e o respectivo líder na Câmara, Paulo Bornhausen.
Sem embargo, quando a candidata do Partido Verde se refere a festival de baixaria, o seu juízo não se limita decerto à entrevista intempestiva do deputado Índio da Costa.
Se não se fala mais em aloprados, a palavra ‘dossier’ continua muito presente no vocabulário do PT e assemelhados, como demonstram reuniões em restaurantes de Brasília e a tentativa de comprometer, por essa nebulosa via, através de supostas atividades de sua filha, o candidato do PSDB à Presidência da República.
Expostas às luzes da imprensa e do Congresso, se evaporaram as intenções de manchar o campo adversário, entre desmentidos ressonantes e sumários afastamentos de figurantes.
Seria de desejar que o povo brasileiro pudesse presenciar campanha eleitoral digna deste nome. Sem baixarias, nem desrespeitos à lei por quem quer que seja.
Que tal um debate de ideias e propostas entre os três candidatos, em que se possa avaliar as opiniões e os programas de cada um, sob o crivo do contraditório e da livre exposição das respectivas bagagens, diante do grande público, sem biombos, padrinhos e intermediações de qualquer gênero ?
( Fonte: O Globo )
segunda-feira, 19 de julho de 2010
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