A Folha de S. Paulo divulga nova prévia da Datafolha. Pela passada trajetória, pela sua correção técnica e reconhecida lisura, este instituto de pesquisa de opinião constitui sinalização relevante e sobretudo segura para a análise das presentes perspectivas dos candidatos ao pleito de três de outubro.
Os dois principais contendores à Presidência da República – José Serra e Dilma Rousseff – registraram oscilações mínimas, com relação ao levantamento anterior. No entanto, ambos tiveram pequenas inflexões para baixo: Serra passa de 39 a 37%, e Dilma decai um pouco menos, de 37 a 36%. Há um evidente empate entre os dois, a 25 dias da propaganda oficial gratuita na televisão.
Por sua vez, a terceira candidata – Marina Silva – reatinge os 10% das preferências, mantendo-se no limite da faixa dos dois dígitos, em indicação de que, a despeito das boas impressões causadas, se acha ainda muito longe de constituir ameaça a seus rivais do PSDB e do PT.
Na pesquisa espontânea, em que o entrevistado responde em quem pretende votar sem ver a lista de candidatos, o resultado favorece Dilma. Tem agora 21% de preferências, contra 16% de Serra. O candidato do PSDB recuou mais (de 19% na pesquisa anterior), enquanto Dilma se manteve quase estável (22% na anterior).
No segundo turno, a pesquisa não difere da anterior, com Dilma à frente (46%) em relação a Serra (45%).
Já no capítulo da rejeição, os totais continuam a favorecer, embora não acentuadamente, a Dilma: o seu percentual passa a ser de 19% (na anterior, era de 20%). Serra, por sua vez, tem 26% de eleitores que não votariam nele “de jeito nenhum”, contra 24% na consulta precedente. O menor percentual de rejeição é de Marina, com treze por cento.
Por sua vez, nas intenções de voto por região, José Serra lidera no Sudeste (40% contre 33% de Dilma), e no Sul (45% contra 32%); e Dilma Rousseff vence no Nordeste (41% contra 29% de Serra) e no Norte/Centro Oeste (40% contra 33%). Os totais de Marina são: 12% (Sudeste), 9% (Sul e Nordeste), e 10% (Norte/Centro Oeste).
Por fim, o percentual do voto dos indecisos é de 10% no Sudeste, 9% no Sul, 13% no Nordeste e 12% no Norte/Centro Oeste.
A par disso, em um dado que é sobretudo importante para a campanha de Dilma Rousseff, a avaliação do Presidente Lula continua em níveis bastante altos (77% ótimo/bom, 19% regular e 4% ruim/péssimo). Além da previsível tração de votos para a candidata situacionista, Dilma pode eventualmente contar com os 4% que se declararam dispostos a votar no Presidente Lula (como se estivesse concorrendo) e os 3% que manifestaram a intenção de sufragar o “candidato de Lula”. Ainda nos residuais, 1% expressou o desejo de votar no candidato do PT.
No pano verde das votações para Presidente – seja em primeiro, seja em segundo turno – é manifestamente prematuro aventurar-se a designar vencedores.
Tudo ou muito dependerá do horário gratuito e dos eventuais debates entre os candidatos. Se no momento atual há indicações de favoritos, tais prognósticos careceriam de ser considerados de natureza extremamente tentativa e sujeita a modificações no percurso. No momento atual, essas indicações apontam a candidata Dilma Rousseff como aquela que dispõe de pequenas vantagens, cuja significação cresce pelo sua agregação: menor rejeição, maior percentagem de votação espontânea, previsão de vitória no segundo turno e o apoio, que poderá ser determinante, do Presidente Lula.
Sem embargo, a sorte não está ainda lançada. Se a política – e as previsões eleitorais – podem caber em uma símile meteorológica, devemos estar igualmente lembrados das sábias palavras do antigo Governador das Minas Gerais (e Ministro das Relações Exteriores) José de Magalhães Pinto, quanto à mutabilidade do cenário: política é nuvem.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
sábado, 24 de julho de 2010
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