segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Trump: presidente ilegítimo?

                              

      O congressista John Lewis é um herói americano. Como deputado, ele representa boa parte da cidade de Atlanta.  E como recorda Paul Krugman, ele liderou a passeata que veio a ser conhecida como Domingo sangrento, ao ponto de ter o crânio fraturado sob o porrete de um policial estadual.

     Lewis agora declara que não irá à cerimônia inaugural da tomada de posse da tomada de posse de Donald Trump. Como seria de esperar-se, a assertiva de Lewis - a quem o deputado considera como um presidente ilegítimo - provocou, de parte do presidente-eleito, uma reação tanto histérica, quanto injuriosa.
       Por onde se examine a eleição de 2016, qualquer pessoa com um mínimo de isenção será forçada a convir que a mancham fatores de peso, e de grande unilateralidade.

       Talvez a mais grave e a mais cínica dessas intervenções tenha sido a atuação do diretor do FBI, James Comey: a poucos dias da votação, já no período reservado à votação antecipada, não contente de haver dias antes transmitido para o Congresso notícia ambígua sobre a retomada da investigação sobre o famoso terminal de computador privado da então Secretária de Estado, o diretor Comey veio a público para transmitir a falsa impressão de que dispunha de novas e negativas informações sobre a candidata Hillary, isto apenas dias antes do voto.

        Cotejada com a recusa do FBI de sequer discutir a conexão russa, a insinuação de parte da agência de Mr Comey de que dispunha de tais informações negativas sobre a candidata correspondia à tentativa maldosa e grotesca de influir no resultado. Não é sem razão que Hillary Clinton atribui ao diretor James Comey papel de triste, determinante relevo na sabotagem de sua candidatura.


( Fontes:  The New York Times, The New York Review of Books)

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