O congressista John Lewis é um herói
americano. Como deputado, ele representa boa parte da cidade de Atlanta. E como recorda Paul Krugman, ele liderou a
passeata que veio a ser conhecida como Domingo
sangrento, ao ponto de ter o crânio fraturado sob o porrete de um policial
estadual.
Lewis agora declara que não irá à
cerimônia inaugural da tomada de posse da tomada de posse de Donald Trump. Como
seria de esperar-se, a assertiva de Lewis - a quem o deputado considera como um
presidente ilegítimo - provocou, de parte do presidente-eleito, uma reação
tanto histérica, quanto injuriosa.
Por onde se examine a eleição de 2016,
qualquer pessoa com um mínimo de isenção será forçada a convir que a mancham
fatores de peso, e de grande unilateralidade.
Talvez a mais grave e a mais cínica dessas
intervenções tenha sido a atuação do diretor do FBI, James Comey: a poucos dias
da votação, já no período reservado à votação antecipada, não contente de haver
dias antes transmitido para o Congresso notícia ambígua sobre a retomada da
investigação sobre o famoso terminal de computador privado da então Secretária
de Estado, o diretor Comey veio a público para transmitir a falsa impressão de
que dispunha de novas e negativas informações sobre a candidata Hillary, isto
apenas dias antes do voto.
Cotejada com a recusa do FBI de sequer
discutir a conexão russa, a insinuação de parte da agência de Mr Comey de que
dispunha de tais informações negativas sobre a candidata correspondia à
tentativa maldosa e grotesca de influir no resultado. Não é sem razão que
Hillary Clinton atribui ao diretor James Comey papel de triste, determinante
relevo na sabotagem de sua candidatura.
( Fontes:
The New York Times, The New York Review of Books)
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