O resultado das
eleições americanas, realizadas na terça-feira, 22 de novembro de 2016,
surpreendeu a muita gente pelo resultado, inclusive o subscripto. A vitória de
Donald Trump foi, decerto, inesperada. Há vários traços que a caracterizam: ele
é o candidato mais velho a alcançar a presidência, com setenta anos de idade,
mais antigo do que Ronald Reagan, que lá chegou com 69.
Mas há outras características que para
uma parte do eleitorado sinalizam o caráter original da democracia americana, e
para outra, o relativo desrespeito à vontade do Povo. Senão vejamos: fala-se
muito que Trump venceu pelo colégio eleitoral, uma abstração inventada no
século XVIII, para contornar a imensa dificuldade de determinar, com certa
rapidez - dadas as peculiaridades de então em termos de comunicações - quem
arrebatara o troféu da Presidência, para que se evitasse perigosa indefinição, e
o consequente acirramento de ânimos, com as previsíveis consequências.
No entanto, me parece interessante
mergulhar um pouco mais nessa questão. O vencedor, Donald Trump, colheu 304
votos no cômputo indireto, superando, portanto, a barra dos 270 e, por isso,
colhendo os lauréis da presidência. A vencida, Hillary Clinton, obteve 227
votos no dito colégio, e por isso perdeu.
Sem embargo, a coisa não é tão simples
assim. No voto popular - eis que devemos ter presente que não são abstrações
que votam, mas gente como nós, cujo sistema de contagem será sempre um a um -
há uma senhora diferença entre o ganhador Trump e a perdedora Hillary. Até aí,
tudo bem, não acham? Pois é normal que
um tenha mais votos do que outro.
Contudo, essa normalidade vira anormalidade se tivermos presente que Hillary, a candidata perdedora, logrou 65 milhões 844 mil e
610 votos, contra a contagem de Trump, o candidato vencedor, que obteve 62 milhões 979 mil e 636 votos! Vamos
juntar esses números, para que o resultado fique ainda mais claro: 65.844.610
e
62.979.636 votos!
É normal que um candidato tenha
mais votos do que o adversário, mas o que não é normal, é que os 65 milhões,
844 mil, e 610 de caquerada são da candidata
perdedora, Hillary Clinton, enquanto o dito vencedor, Don Trump, obteve
62 milhões, 979 mil e 636!
Pelos cômputos, como se vê, se diz
que a perdedora Hillary conseguiu
arrebanhar 65.844.610 votos do Povo americano, enquanto o vencedor Trump
somou 62.979.936 votos do mesmo Povo americano!
Portanto, a perdedora da eleição tem u'a
maioria de sufrágios do Povo americano de 2
milhões, 864 mil e 974 votos!
Quantos países, pequenos é verdade,
terão um eleitorado de dois milhões e oitocentos e tantos mil votos? Quantos
presidentes - o que já fica mais constrangedor - terão sido eleitos com essa
maioria de dois milhões e oitocentos mil votos ?!
Como esse dito colégio eleitoral é
uma instituição peculiar, já houve no passado mais de um presidente minoritário,
vale dizer, eleito pela maioria do colégio eleitoral, mas sem contar com a
maioria dos eleitores.
E não é um evento tão raro assim
quanto se apregoa. A primeira eleição do século 2000, aquela em que supostamente
venceu George W. Bush, contra Albert V. Gore, também o candidato republicano
venceu por maioria de votos do colégio eleitoral, perdendo para o democrata A.V.Gore
na votação popular! Será que os candidatos do GOP seriam mais desenvoltos no colégio eleitoral ? Não exatamente. Porque nessa eleição em que a
sumidade George W.Bush foi eleita, quem o escolheu não foi exatamente o Povo
Americano. Havia uma contagem de um sufrágio de maioria na Corte Suprema, e
como ela, por artes do GOP se ocupou
do atraso da apuração na Flórida não é que por vez primeira surge um presidente
estadunidense - da ilustre família Bush - a saber, George W. Bush - que teria
mais este laurel: ser o único presidente estadunidense escolhido pela Suprema
Corte!
( Fonte: Wikipedia )
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