As explosões em Bagdá,
reivindicadas pelo ISIS, refletem
tentativa desesperada de afirmar presença no Iraque, que tudo indica não tarde a
desaparecer de Mosul.
Com o apoio de forças convencionais
estadunidenses prossegue, entrementes, o esforço deliberado do Iraque e dos
Estados Unidos de pôr fim ao domínio pelo Daesh [i]de uma parte da cidadela de
Mosul, que é o que resta ao E.I. dos largos territórios de que se apossara em
2014, no norte e no oeste do Iraque.
A segunda fase da ofensiva, com o apoio
estadunidense, lançada nessa quinta-feira, 29 de dezembro, vem encontrando
feroz resistência de parte do Exército islâmico. Depois de semanas de
paralisia, as forças americanas ora participam de forma mais sensível e intensa
do que na fase anterior, marcada por semanas de intensa luta, num cenário de
pouca mobilidade.
As forças americanas participam de
esforço nos fronts do sudeste e do norte, no sábado. Assim, unidade de elite do
Ministério do Interior progride nesse sábado através do distrito Intisar de
Mosul, aonde unidade do exército treinada pelos americanos lograra avançar,
depois de penetrar em novembro nesse distrito, que se situa na zona sudeste
dessa cidade.
Essa luta envolvia uma pesada
artilharia, e helicópteros de ataque, enquanto centenas de civis abandonavam
suas casas.
Por sua vez ao norte, outra unidade do
exército avança para os limites da cidade de Mosul, depois de recapturar várias
aldeias vizinhas nos últimos dias.
De acordo com informação telefônica
dada pelo tenente-coronel Abbas al-Azawi "trava-se batalha na área de Argoob, que é considerada como
acesso para Hadba". No caso, o oficial se reporta a estratégica área
norte, das cercanias das hostilidades.
Desde que a ofensiva começou em
dezessete de outubro último, as forças de elite empenhadas já retomaram uma
quarta parte de Mosul. Trata-se da maior operação militar terreste desde a
invasão de 2003, encabeçada pelos Estados Unidos, que levaria à queda de Saddam
Hussein. Consoante o Primeiro Ministro Haider al-Abadi, esse grupo do
Daesh será expulso do Iraque por volta
de abril p.f.
Conquanto os militantes do E.I. sejam
em número bastante inferior ao atacantes, liderados pelas forças americanas,
eles lograram cercar-se de residentes de Mosul, o que vem obstaculizando as
forças iraquianas, que tentam evitar baixas entre os civis. Contrariamente à expectativa, malgrado
carência de água e alimentos, a maior parte dos civis permanece em suas casas, em
vez de fugir, como era esperado.
Por vezes, tais baixas são
inevitáveis. Nesse contexto, um residente de Mosul - que se logrou contactar
por telefone na última sexta-feira - disse que foguete atingira uma casa no distrito
oriental de Mithaq, provocando a morte de seis membros da família.
Na mesma comunicação, tal morador
disse: "Não vimos mais ninguém do Daesh,
desde que as forças iraquianas retomaram a ofensiva. Temos ouvido estrondos de
grandes bombas. Hoje (sexta-feira, trinta de dezembro) escutei pelo menos dez enormes explosões."
( Fonte: The New York
Times )
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