quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Contextualizando Trump

                    
        A falsa acusação de que Hillary ganhou no voto popular pela votação de imigrantes ilegais é puro Trump, tão incrível quanto uma nota de três dólares, e como tal deve ser tratada.

        Trump não pode admitir haver perdido na votação do Povo americano para a sua rival, e por isso, com a costumeira cara de pau, formula a acusação sem base. Ele a tratará, no entanto, como se fosse mais um truque daquela mulher, que desejou trancafiar na cadeia.

         Por outro lado, a saída forçada dos Estados Unidos do mega-acordo ideado por Barack Obama poderá ter mais resultados negativos que o voluntarioso Donald Trump sequer imagina. Ao retirar os Estados Unidos das negociações para a Parceria Transpacífica, segundo os analistas quem deverá ser beneficiada será a China, tanto no comércio global, quanto facilitar investimentos  e exportações chinesas na América Latina.
          Na sua versão truculenta do comércio internacional, seria como regredir aos tempos do mercantilismo para tentar afirmar as exportações americanas.

         Ideando um ressurgimento das indústrias nos Estados Unidos, Trump pensa que pelo protecionismo Tio Sam logrará impor a própria visão retrô, assim como ressuscitar as muitas antigas indústrias que hoje formam o chamado cinturão da ferrugem (rust belt).

          Na velha teoria de Toynbee sobre o challenge and response (desafio e resposta) seria como querer pelejar com bestas, lanças, espadas e congêneres contra as sofisticadas armas do comércio do terceiro milênio.
           Com toda a força bruta da visão protecionista e exclusivista do comércio do passado, é condenar-se por antecipação à irrelevância e ao consequente fracasso...

            Dessarte, como todas as bazófias, não tardará muito em que a realidade a disperse pelos ares, como as magníficas e corajosas investidas dos esquadrões de cavalaria ligeira contra as metralhadoras da modernidade.
     


( Fonte:  O  Globo , Arnold Toynbee)  

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