O lider da
minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, apelou para os algariados republicanos, ansiosos em
pôr na mesa do futuro presidente, Donald
Trump, o projeto de lei para arrebentar
com a Lei da Reforma de Saúde custeável, odiada pelo GOP por ter sido aprovada por Congresso então de maioria democrata
e que, pior ainda, se está rapida-mente implantando junto aos segmentos do Povo
americano que dela mais necessitam.
Nada mais
natural de que o sorridente Mitch McConnell
- aquele que se colocara como lema partidário fazer de Obama presidente de um
só mandato - para coordenar a maneira de evitar que os democratas utilizem o filibuster (processo parlamentar de
'matar' um projeto através de debate interminável, como descrito no filme 'Mr Smith vai para Washington',
protagonizado por James Stewart).
Para
contornar esse recurso parlamentar, a maioria republicana recorreu à votação de
plano orçamentário - que não admite o filibuster
- aprovado por 51x48, e que servirá para tirar os fundos (gut) de custeio) do ACA.
Movidos pelo
ressentimento e o ódio, e não pela razão, o projeto do Senado condiciona o
chamado projeto de reconciliação. Tal
projeto, além de poder ser empregado para repudiar partes significativas da Lei Sanitária (em especial, os respectivos
fundos), não está sujeito ao filibuster,
por envolver a técnica orçamentária do Congresso americano.
Vários
senadores republicanos dizem que as eleições de 2016 lhes deram mandato para
repelir a lei da assistência custeável.
Nesse sentido, os bombásticos comentários de senadores do GOP não têm qualquer parentesco com a
verdade: "A ponte do Obamacare
está ruindo e nós estamos mandando o pelotão de salvamento", diz o Senador
Michael Enzi, republicano de Wyoming, e que preside o Comitê de Orçamento do
Senado (os republicanos têm tênue maioria no Senado, maioria essa que deve
desaparecer na próxima eleição).
Assinale-se
que o ACA (Lei do Seguro Médico Custeável) já se inseriu
no sistema de assistência de saúde americano, e desfazê-lo será um senhor desafio para o GOP, dada a utilidade social deste plano para o Povo americano, em
especial aquele com menores recursos. Mas essa gente não vota com o GOP.
Já quando a matéria passar para a Casa de
Representantes - aquela de maioria republicana, por cortesia especial do gerrymander- , por primeira vez as suas
determinações terão consequências nefastas para o povo americano, eis que no
passado a Câmara dos Deputados apenas aprovava formalmente e no seu nível a
tentativa de desfazer o ACA, e o projeto parava no Senado então
de maioria democrata.
Alguns
senadores republicanos, como Susan Collins, do Maine, julgam preferível como o deseja o futuro presidente Trump, que
o Congresso rejeite a Lei de Assistência Sanitária ao mesmo tempo que adote um
plano de substituição.
No
seu discurso, o líder da minoria, o Senador Chuck Schumer, democrata
de New York, apelou aos republicanos
para deterem a sua tentativa de
destruir o ACA.
Infelizmente, todos nós sabemos aonde terminam tais apelos.
( Fonte:
The New York Times )
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