Já modesto passeio entre Arpoador e
Posto Seis, nos mostrara que o nível de policiamento entre Copacabana e Ipanema
fora drasticamente restrito.
Assim a manchete de O Globo digital me parece estranhamente
contraditória. Como 2017 surge em paz, se cresceu o número de assaltos?
Que
paz é esta para o carioca e o turista, seja estrangeiro, seja de outros
estados, que vindos para admirar a tão decantada simpatia e bonomia do Rio de
Janeiro, de longe ou de perto, se descobrem vítimas de bandidos com o seu
uniforme habitual?
Pensar que mundaréu de gente afugenta
a mala vita é dar prova ou de muito
despreparo, ou de sólida má-fé. E se nos anos anteriores o esquema funcionou,
não será cortando na carne do dispositivo de segurança que se fará economia
para os cofres públicos.
Pois a experiência já havia
demonstrado, e à saciedade, de que não é nem oportuno, nem sensato fazer esse
tipo de poupança, cerceando no policiamento, porque a bandidagem logo se dá
conta das falhas na segurança, e diante delas, ela pode voltar a agir
impunemente, pois a multidão desarmada não afasta esses elementos. Na verdade,
ela os atrai.
Que paz carioca é essa, portanto, que
submete toda essa gente de branco a desconforto
de tal gênero, coalhando a alva cor da paz e da esperança, com as irrequietas sombras
de intrusos que repontam sempre que a autoridade fraqueja?
Como o poder armado na mui leal e
heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro está submetido à autoridade
estadual, não é hora de afrouxar nem desguarnecer a guarda na Cidade
Maravilhosa, na noite dos fogos que marcam a presença carioca no desfile de
luzes e de otimismo com que se sauda o Ano Novo!
Ao invés de cortar no chamado
dispositivo de segurança, deve-se mantê-lo, para que a bandidagem não venha a
estragar a festa da Virada. Economizar nesta hora é dar prova de tanto bom
senso, quanto o de desguarnecer as defesas para a imensa maioria daqueles que
vêm à Copacabana não só para festejar, mas também para contemplar a bela
sinfonia dos fogos orquestrados. Decerto essa gente boa e alegre não para cá se abala com o intúito de ser cruelmente
relembrada, em hora de tais festejos, da
inépcia do Poder Público!
Quem pensará acaso que a Autoridade
competente vá desfazer do turismo e das grandes ocasiões? Ela que não trepida
em agarrar-se às próprias vantagens, não deve fazer economias na hora errada,
desprotegendo cariocas e turistas vindos em paz, para saudar o Ano Novo e
homenagear a grandeza de festa cujo atrativo e celebridade dependem de
autoridades com responsabilidade !
( Fonte: Site de O Globo )
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