De uns tempos para cá,
a imprensa surge com ominosas notícias acerca de um surto de febre amarela, a
princípio em Minas Gerais, depois no Espírito Santo, ora chegando também a São
Paulo.
No país de Osvaldo Cruz, é incrível a
pasmaceira e a falta de pronta reação a mais esta infestação através de
mosquitos, por força das ausências do saneamento básico por esses brasis afora,
que constitui a causa mestre de quase todas as enfermidades tropicais.
No ritmo lento que nos transportaria ao mítico
Macondo de García Márquez, essa terrível doença vai avançando devagar, com a
ajuda do atraso, da ignorância e consequente imundície, o que presume a falta
de qualquer saneamento e das necessárias precauções.
Dos grotões do atraso, sob o olhar
indiferente das capitais, sem embargo essa febre que mata se vai espalhando,
com o seu rastro maldito de mortes ( trinta e duas em Minas Gerais, chegando devagar a São
Paulo, com as suas primeiras fatalidades, enquanto se insinua também no
Espírito Santo).
Como que um véu negro vai sendo
baixado. As mortes, devagar, se vão inserindo no mapa estatístico, sob o olhar
distante das autoridade sanitárias.
Onde estão as vacinas, de que ninguém
fala, para proteger as populações diretamente ameaçadas?
Há uns anos atrás, houve um ciclo de
vacinação contra a mesma febre amarela.
Agora, os jornais não falam de vacinação, mas sim de mortes, como se o
surto fosse castigo invencível, para o qual não há defesa.
Se excluirmos essa inquietante
distância da autoridade sanitária - quem até hoje ouviu falar de que as vacinas
contra o surto dessa febre, a que Osvaldo Cruz em outro contexto, e num tempo
bastante atrasado em relação à atualidade, mostrou o dinamismo da presença, na
sua luta que o levou não só a antiga Capital, mas também ao Norte, em Belém -
parecemos estar assistindo a outra farsa com o "tudo vai bem, Senhora
Marquesa", que o gálico humor ridiculizou pela sua absoluta falta de
comunicação com a realidade.
Senhor Ministro da Saúde, do
governo de Michel Temer, faça o favor de apresentar-se e de disponibilizar a
vacina contra a febre amarela, pois deverá ter passado o tempo de sermos
fatalistas a respeito desse terrível flagelo.
( Fontes: O
Globo, García Márquez, E nciclopédia
Delta/Laurousse )
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