segunda-feira, 16 de julho de 2018

Ortega e o massacre na Nicarágua


                                  

          Impera a barbárie na terra de Daniel Ortega. Uma vez mais, o Ditador sandinista manda reprimir à bala os protestos dos estudantes, e desta feita, na sua própria capital, Manágua.
           Assim, mais dois estudantes foram abatidos com tiros na cabeça. Como bestas enfurecidas, as forças da polícia do ditador lançaram-se no sacro espaço da Igreja da Divina Misericórdia, e como animais, a quem falta voz e discernimento, pelo insano capricho do amo,  irrompem no sacro espaço dedicado à oração para abater os pobres, mas idealistas, estudantes!  Esses, jovens que são, terão pensado que a Igreja da Divina Misericórdia lhes traria ajuda bastante para trazer um pouco de humano sentimento e, mesmo, de inteligência, ao próprio ensandecido algoz.
           E o Ditador, entorpecido por brutalidade que ignora qualquer sentimento ou controle que do bom-senso acaso se acerque, esse pobre de espírito, tangido por   bestial, estúpida indignação, e vendo o dissenso democrático como se fora sinal de afronta, se despoja de qualquer noção de medida e se lança enfurecido contra quem ouse contestá-lo, a ponto de o Insano mandar que a polícia atire  na cabeça dos demonstrantes. Sequer tem o ditador presente quão fundo está indo ao ordenar que os seus cães de guarda adentrem espaços consagrados, e despejar contra gente indefesa, que intenta fugir pensando que o abrigo dos lugares santos poderá arrefecer-lhe a maldade, a ele que alveja nas jovens cabeças, que pelo ideal da Liberdade e da Democracia ousam afrontar-lhe as armas !  Pobres estudantes a que o idealismo confunde por vezes, levando-os a crer que possam lobrigar clemência  em um monstro que o poder entorpece.  O Ditador, em verdade,  como que, mais do que embrutecido, eis que cai em estado demencial, tangido pela própria cruenta, ensandecida violência, arremete como se fora animal, que avance  como que tomado pela própria insânia, que a solidão dos palácios aos tiranos  insufla, àquela tosca suspicácia  que fustiga tolamente a ideia da liberdade, nas inermes figuras de estudantes que pedem ao Deus da compaixão e do entendimento que intervenha para deter a ira ensandecida do Ditador.
              Sob o paroxismo da maldade cega que dele se apodera com desenfreada força, Ortega se compraz em fustigar aos próprios guardas, para que superem as bestas  ferozes que, no passado, estraçalhavam  infelizes nos coliseus da tirania,  pela simples razão que na respectiva brutalidade já desconhece o Ditador quaisquer peias ou limites, como besta enlouquecida pelo sangue das vítimas,  contra elas acometendo como se a sede insana o jogue contra esses infelizes a que condena à morte, e deles se  torne - e para sempre - presa da própria estúpida selvageria.
             Ao descer tão baixo, ao abater na própria sede de poder absoluto todos aqueles que ousem afrontar-lhe a insânia, o ditador Daniel Ortega já escreve o libelo que o incrimina e com o sangue sofrido das vítimas inocentes a respectiva unânime condenação que lhe será aplicada pelo juízo dos povos civilizados.


(Fonte: O Estado de S. Paulo )



Nenhum comentário: