domingo, 29 de julho de 2018

Humberto Ortega culpa Estado por violência


                          
          Humberto Ortega, ex-comandante do Exército nicaraguense, passa a defender o fim das forças paramilitares.  Nesse sentido, ele ora declara que seu irmão, Daniel Ortega, deve por fim às forças paramilitares.
            Segundo Humberto, o presidente e irmão precisa por fim às forças paramilitares por que promovem a violência no país, em meio aos protestos contra o governo.
             O inglês tem uma resposta para isto: 'mais fácil de dizer, de o que fazer'.
             Tudo indica que a morte da brasileira Raynéia se deva aos ditos paramilitares a que o governo sandinista recorre, por força do avanço da oposição armada. Diante do crescimento da reação pela população, o sandinismo apela para métodos ditatoriais.
                          Humberto, por óbvios motivos, prefere singrar entre abstrações e por isso evita apontar o irmão como culpado pela situação. Segundo ele, as forças paramilitares são responsáveis por muitas mortes, e não se pode permitir que "se consolidem". Nesse sentido, o ex-comandante do Exército responsabiliza o governo pela crise que abala o país devido à "repressão indiscriminada" contra os protestos deflagrados em dezoito de abril, sempre evitando apontar o irmão como responsável objetivo pela situação.
                           Trilhando um caminho tortuoso, disse Humberto: "Para mim, o principal responsável pela situação que estamos vivendo é o Estado da Nicarágua, que tem um governo que não adotou  as medidas necessárias para impedir este nível de violência."
                             Humberto Ortega apoia a retomada do diálogo entre Governo e Oposição, sob a mediação dos bispos da Igreja Católica (a quem o seu irmão, no poder, chamou de "golpistas" e "terroristas") - e defende a antecipação das eleições.
                              Por sua vez, o presidente Daniel Ortega, de 72 anos, se recusa a renunciar e culpa a oposição pela violência que deixou 295 mortos em três meses de protestos, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
                              Entre essas vítimas, está a estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, assassinada a tiros quando voltava de carro do hospital em que trabalhava, no sudoeste de Manágua.
                             Como ela foi abatida por rajadas repetitivas de supostos milicianos, armados com fuzis que são privativos das Forças Armadas, aí está com toda a probabilidade o 'x' do problema, quando se recorre a milícias.
                               Para o noivo e a família de Raynéia, abstrações não resolvem o problema. Sobretudo quando estão armadas, e atiram primeiro, antes de fazer perguntas.
         
         ( Fonte: O Globo)

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