segunda-feira, 9 de julho de 2018

Indefinido, auxílio-moradia custa R$ 1 bilhão


                    
         Consoante noticia o Estadão, com a demora do STF para decidir sobre a sua legalidade, até o início de agosto - quando acaba o recesso do Judiciário - a despesa atingirá cerca de R$ 1 bilhão para a Nação. O  pagamento é alvo de ações que tramitam na Corte há mais de quatro anos - o tempo em que o tal auxílio já é pago àqueles que o acataram, que representam a maioria esmagadora dos juízes (até o juiz Moro o aceitou).
           Embora em dezembro de 2017, o ministro Luiz Fux - que cuida do assunto há cerca de quatro anos como relator - tenha liberado para votação no plenário as ações que tratam do benefício, e o julgamento marcado para março, na véspera Fux o retirou da pauta e determinou-lhe a discussão pela AGU.
           Sem acordo, após três meses de discussão, o caso volta ao STF, a 20 de junho. Agora Fux avalia discutir, em sessão administrativa interna, a possibilidade de o STF  incorporar o valor do dito auxílio aos salários de magistrados.
           Para tanto, ele pretende incluir os R$ 4,3 mil do benefício em proposta de reajuste do Judiciário a ser enviada ao Congresso em agosto. No entanto, a iniciativa de encaminhar projeto de lei com esse tema é atribuição exclusiva  da presidência do STF. Cármen Lúcia, no entanto, indicou que não é favorável a incluir o aumento na proposta orçamentária de 2019.
            A equipe de Cármen Lúcia deve tratar da questão com o seu sucessor previsto, o Ministro Dias Toffoli, que assume em setembro.

             Teto.  O aludido auxílio é pago como verba indenizatória e, em muitos casos, extrapola o teto remuneratório do funcionalismo público (correspondente ao salário de ministro do STF, R$ 33,7 mil). Assinale-se que esse benefício custa R$ 139 milhões ao Tesouro por mês (cf. consultoria da Câmara).
               A possibilidade de incorporar o "penduricalho" aos salários foi exposta a Fux pela AGU como 'alternativa', o que se discutiu durante a tentativa de conciliação feita pelo órgão. A "mesa de negociações" foi aberta por instrução do próprio Fux. No gabinete do relator o entendimento é de que, ao apresentar a opção de "recomposição do subsídio mediante a elevação do teto remuneratório, com a consequente extinção dos valores recebidos a título de ajuda de custo para moradia", a AGU deixou claro que não há conciliação possível no órgão.
                Além da presidência do Supremo, os presidentes de tribunais de Justiça estaduais também teriam de encaminhar projetos de lei para reajuste de desembargadores e juízes estaduais, já que a proposta provocaria aumento em cascata e pode abranger também procuradores e promotores de Justiça.
              A PGR e os procuradores gerais de Justiça dos Estados, em alguns casos, também teriam de propor leis para o reajuste de membros do Ministério Público. A AGU não apresentou projeção de impacto que a alternativa traria para os cofres públicos.
               A Presidência do Supremo deve enviar ao Congresso na primeira quinzena de agosto a proposta orçamentária do tribunal para o ano de 2019, A Corte costuma rea-lizar sessão especial para tratar do tema antes do envio ao Congresso. Em 2017, eles concordaram com a proposta da Presidente Cármen Lúcia de não incluir o reajuste.

                 Visão alternativa.  A expectativa inicial no STF era de que o Ministro Fux liberasse as ações  sobre auxílio moradia para julgamento (não houve consenso). Para o ministro Marco Aurélio Mello não há mais motivo para o tema ficar fora da pauta: "a razão de ser da retirada não existe mais, que é o entendimento. Logo, deve voltar", disse Marco Aurélio. Dois outros ministros concordaram.
                   Segundo associações de magistrados, um acordo não está descartado, e esperam que Fux não coloque o tema em julgamento. Desde 2014, quando Fux concedeu as liminares, o benefício (R$ 4,3 mil) segue mantido para magistrados e pro-curadores, mesmo para quem more em imóvel próprio.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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