quinta-feira, 19 de julho de 2018

Ditadura sandinista redobra repressão


                      
        Aos habitantes do bairro de Monimbó, na cidade de Masaya, a  30 km de Manágua, estavam reservados momentos de angustia e terror, diante da boçal violência e da fúria sanguinária dos policiais e paramilitares  mascarados.
         Desde o fim da tarde de terça, dezessete, magotes de tais indivíduos irromperam em Monimbó, a que passaram a controlar, em patrulhas, enquanto lhe percorriam as ruas em patrulhas, montados em caminhonetes, armados todos com fuzis de cano longo.
          As barricadas, levantadas com concreto retirado do pavimento das ruas, foram destruídas ou abandonadas.
           Nos confrontos em Masaya, na terça-feira pelo menos nove pessoas morreram, segundo a Associação Nicaraguense pró-direitos humanos (ANPDH): 5 paramilitares, três manifestantes e um policial. A par disso, um jovem está internado em estado grave.
            Segundo ambulante, de 38 anos, ela foi submetida a torturas para revelar o paradeiro dos rapazes. Cortavam-lhe a  pele das pernas, enquanto lhe diziam: "Fala ou te matamos".
              Ainda consoante a testemunha, eram dois de camisa azul (paramilitares) e um vestido de preto (policial).
               A mulher, no entanto, não podia falar o que não sabia, malgrado a violência que sofria. O seu filho, estudante do ensino médio, fugira a pé, quatro horas antes, levando apenas uma jaqueta.
                Segundo a ANPDH, o filho dessa mulher pode estar entre os sessenta moradores de Masaya desaparecidos desde o confronto da terça.
                 Ontem, quarta-feira dezoito, foi dia de enterrar os mortos. Assim, a despedida do operário têxtil Eric Jimenez, de 34 anos, foi no cemitério do próprio bairro. Na verdade, às seis da manhã, os paramilitares e a polícia de choque estavam por todo Monimbó.
                    Conta a tia Nelly Lopez que Jimenez saíra para comprar mantimentos, quando começou o tiroteio perto  da casa deles.  "Uma vizinha chegou tremendo e disse que meu sobrinho estava caído diante do portão. Saí no meio do tiroteio. Eu o levantei e abracei, dizendo: mataram o meu sobrinho".

( Fonte: reportagem de Fabiano Maisonnave, correspondente da Folha)

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