quinta-feira, 11 de maio de 2017

O depoimento de Lula

                             

      Cerca de cinco horas de depoimento ao juiz Sérgio Moro. Lula nada reconheceu, nem mesmo a compra do tríplex de Guarujá.  Ainda espera na fila o sítio de Atibaia.
       Como explicar a batalha jurídica de tentar adiar o interrogatório pelo juiz Moro? Ir até o Superior Tribunal de Justiça? Plantões jurídicos aguardavam pelo caminho. Para quê tanta resistência? Acaso fazia parte?

      Lula encontrou o avião amigo de quem não lhe nega transporte nesses transes.  Por uns interpretados como para evitar cenas desagradáveis com passageiros de vôos comuns.

       Aos mortos, toda a culpa?  Então, dona Marisa foi quem quis por que quis?  Às vezes é difícil lidar com quem já se foi.
        Cuidado, porém.  Porque tais saídas, que se apegam ao silêncio, podem ser quebradas por gestos isolados ou uma única palavra, desde que irrefutável.
        É difícil discutir com platéias e públicos cativos. Já as sombras, serão obrigatórias enquanto durem.

        É de respeitar aqueles que acompanham sem ter obrigação, nem óbvio interesse. A espontaneidade pode ser artigo raro, mas acontece, sobretudo na gente simples. Vir de longe. Esperar na chuva, no frio e  no desconforto. Então, por que não trazer as ferramentas da própria labuta? Os incondicionais, embora ao alcance das forças da ordem, pagam um preço alto, que é a provocada desconfiança  e a rispidez encontrada pelo caminho,  eles que estão longe de casa e do próprio abrigo.  E, no entanto,  não arredam pé.
        Nisso são muitos diferentes de tantos outros, que vem e vão, conforme os ventos e as estações.  


       Na verdade, multidões e atropelos sempre existiram. Quem muda são as aves de arribação.

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