quarta-feira, 3 de maio de 2017

Interrogações da Eleição francesa.

                    

         Talvez o processo eleitoral francês se haja desfeito demasiado rápido para que a sociedade pudesse absorvê-lo.
         A queda dos grandes partidos - o Socialista e o Gaullista, aquele de esquerda moderada e este de direita e centro - pode ser passageira, mas terá efeito determinante nesta eleição.
         Há um perigoso aut-aut nesta eleição, como se possa comparar-se Marine Le Pen e o efeito que uma possível vitória de quem rejeita a União Européia e o euro, além de toda a carga da ultra-direita fascistóide, com o candidato do centro Emmanuel Macron, que é um democrata, embora não pareça ter personalidade muito forte.
         Espanta e muito que inúmeros eleitores dêem de ombros diante da necessidade de apoiá-lo contra o flagelo que seria um governo da filha de Le Pen, tanto fora do tempo, quanto  do compasso,
         O candidato do centro - por despreparo ou erro crasso - se mostrara a princípio demasiado confiante na vitória, o que decerto não está no manual de político experiente.
         A fragmentação política na França - e as consequências decorrentes - explicam a postura do candidato da ultra-esquerda (que deveria ser o oposto de Le Pen), e, no entanto, Jean Luc Melenchon, que obteve 19,5% dos votos, preferiu uma postura de Pilatos entre o centro e a extrema-direita, ao não declarar seu voto a favor de Macron.
          As últimas pesquisas dariam margem considerável ao moderado Macron, contra a ultra-direitista Le Pen (sessenta a quarenta por cento).


( Fonte:  O Globo )     

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