segunda-feira, 15 de maio de 2017

Crise na presidência Trump

                              
           Rápida leitura dos comentaristas, assim como do noticiário do New York Times não trazem bons indícios, para o futuro do Presidente Trump.
           Foi imediata a péssima repercussão da exoneração do Diretor do FBI,  James Comey. Além de não transmitir serenidade, os traços nixonianos da telefônica demissão chamam de volta fantasmas de velhas crises, e de problemas que não querem se dissolver no ar.
           A cara emburrada,  as ameaças que giram, o descontrole emocional, tudo isso não traz a tranquilidade dos bons negócios, e introduz uma montanha russa em termos de expectativas que acaba enfarruscando ainda mais a atmosfera.
            O Congresso é republicano, mas o humor não é, a par dos twitters da manhãzinha - que, em fim de contas, nos fazem lembrar da velha pergunta  'quem tem medo de Virginia Woolf?'
            Dir-se-ia que Mr Donald Trump viva de crises. Foi assim na campanha e, sobretudo, na reta final, com as frases e comportamento que desrespeitavam o código da correção política.
             Tudo isso aconteceu, mas ele acabaria - para surpresa de muitos - vencendo, em grande parte graças a Mr Comey, com a sua mão pesada em termos de alusões à investigação das 'revelações' do servidor privado do computador da ex-Secretária de Estado.  Desde a sua intervenção nos tempos da presidência Bush, Mr Comey surgira como defensor das boas causas.
               Para Obama parecera bem tê-lo no FBI. Quanto à opinião de Hillary, a desatenção de Comey às normas vigentes da Secretaria de Justiça  em período de eleições tornaria irrelevante a opinião da candidata.
                E quando o diretor do FBI foi pedir mais recursos para investigar a influência russa na última eleição,  que reação poderia esperar do sub-Procurador Geral, de recente nomeação republicana?
                Daí, dá para entender a cara fechada do Presidente Trump. Vai ser difícil escapar da nêmesis de um Promotor Especial, porque a política por vezes vira aquela divindade cruel da Ásia Menor, de quem, diziam, apenas satisfaz a tenra carne dos inocentes.


( Fontes: Folha de S. Paulo,  The New York Times  )

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