terça-feira, 23 de maio de 2017

Atentado em Manchester

                               

        O atentado na Arena de Manchester, na Inglaterra, durante o show de Ariana Grande, com o público jovem, muitos adolescentes e até crianças, compõe a textura, a um tempo cruel, mas também imprevisível, das assistências na Inglaterra, e em outras paragens do Ocidente, enquanto à sua exposição aos sinistros projetos do ISIS. Basta um fanático que acredite na estória de que está participando na luta para golpear o cruel e impio Ocidente com a adjunta promessa de que ruma prontamente para o paraíso islâmico, aonde o espera o acompanhamento de dezenas de huris, tudo isso na sequência de anos de imigração com os portões abertos, tende a formar explosiva torta  com efeitos homicidas a médio e longo prazo, que é para tantos incongruente e até mesmo estúpida. Para compor tal drama - que é  transportável alhures, dado o horrendo, mas inegável êxito nos replays anteriores - não basta a eventual incúria e, mesmo ignorância, dos organizadores, além da própria cupidez, mas também o alheamento de muitos responsáveis, que, para não parecerem caretas, delegam demasiado para os jovens e adolescentes, sobre os quais tenham alguma formal responsabilidade. Se ao invés, lavam as mãos,  em um entorno de alegre displicência, enquanto os organizadores e os artistas da ocasião mergulham nas delícias do público que, por condicionamento da adolescência, tende a pensar nas experiências de seus maiores, quando as grandes aglomerações eram promessa de memoráveis diversões, livres então dos perigos que rondam tais espetáculos hodiernos. Deixa perplexo a muitos que se perguntam o ritual Porquê?, depois do fato, quando, diante do permeante e envolvente passado mediato,que é demasiado transido por infernais armadilhas e facilitados massacres para que possa ser esquecido em mais este triste, melancólico espetáculo, de que, como Virgílio, tenho horror em relatar, carnificina esta provocada por estágios diversos na estrada da civilização, pois há gente de ainda tenra idade que se deleita nos panes et circences, enquanto falta aos mais velhos, discernimento e/ou capacidade de supervisionar, como v.g. àquelas autoridades que fazem rodar caminhões com lúridos, xenófobos cartazes pelas vizinhanças pobres para incrementar a massa de manobra contra a imigração. Trágico engano, porque em geral penalizam o imigrante de boa fé e fomentam pobreza e indigência, enquanto se vestem de democratas e instigam vis preconceitos contra aqueles perseguidos. Melhor seria que abrissem os braços, enquanto protegessem os ingressos de tais manifestações com a necessária tecnologia que há de apontar os fanáticos - que carregam explosivos. É mais do que hora que evitemos essas cruéis  e cruentas hecatombes, pelas quais mostra o Isis a face a um tempo sinistra e rudimentar, que zomba da incúria do Ocidente, que tanto lhe facilita a ignóbil e execrável encenação da morte, que a todos gelidamente abraça, enquanto desses um punhado de tolos estúpidos pensa ter o passe-livre para o imaginário paraíso, construído com a trágica argamassa da superstição.   



( Fontes: Publius Vergilius Maro, mídia )       

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