domingo, 14 de maio de 2017

Influência russa é notícia ?

                              

       Depois da súbita exoneração pelo Presidente Trump do Diretor do FBI, James B. Comey, os ares de crise voltaram a Washington.
      A motivação dessa demissão continua a criar perplexidade. Depois que o deputado Devin Nunes inviabilizara pelas suas trapalhadas a presença da Câmara de Representantes no exame da influência russa sobre a campanha presidencial,  a incumbência foi parar com o discreto Senador republicano Richard Burr, que preside o Comitê sobre Inteligência.
      Por enquanto, não há muito o que dizer sobre a participação desse Comitê e do próprio Senador Burr na matéria. Conhecido pela sua ultra-discrição - e dada a resistência republicana a nomear promotor especial sobre a matéria - a posição da imprensa é compreensível diante da falta de notícias que decorre do silêncio e dos extremos cuidados de  Senador do GOP que não quer sacudir o barco da Administração Trump.

      Nesse quadro, o  próprio Presidente fala sobre possíveis gravações de telefonemas entre ele e o ex-Diretor do FBI, James B. Comey, que teria caído por pedir mais fundos  de seus superiores republicanos no Departamento de Justiça, a fim de realizar investigação séria acerca das tentativas russas de interferir com a última eleição presidencial americana.
      Com um político ultracuidadoso como Burr, da Carolina do Norte, se acompanha com um algum ceticismo a atividade do Comitê de Inteligência até agora sobre a questão.

       Como se sente um Senador republicano que, de repente, está sentado sobre assunto que pode ter impensáveis repercussões sobre a atual Administração ?
        Parece que a atmosfera vizinha da crise é o ambiente próprio ao Governo de Donald Trump.  Que o discretíssimo Senador da Carolina do Norte cuide do assunto pode ser um tanto exasperante para a imprensa. Não se pode descontar que, no capítulo, eventual deslize verbal do 45º presidente forneça à atenta imprensa elementos  que ela ansiosamente espera, no atual deserto de informações.
        De toda forma, no capítulo, a discrição de Mr Burr, se pode fornecer muitos comentários irrelevantes, não parece consentânea a jogar bocados que possam satisfazer  à fome de notícias dos correspondentes, a quem só saciam os suculentos pedaços de matérias comprometedoras.


( Fonte:  The New York Times )  

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