sexta-feira, 31 de março de 2017

Prisão domiciliar ?

                                      

        Há no ar sensação de desconforto. A concessão da prisão domiciliar, em segunda tentativa, a Adriana Anselmo, além dos protestos que originou - e não foram poucos - cria desconforto com a sensação desagradável e incômoda de deslavado, arrogante privilégio concedido às classes da primeira fila da Sociedade.

         Nesse contexto, o que dizer da ideia da ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Santos, que pede à Ministra Cármen Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal Federal  seja estendido o benefício da prisão domiciliar concedido a ex-primeira Dama do Estado do Rio a todas as detentas em situação semelhante à dela ? Se choca a concessão de privilégio a quem se valeu à tripa forra de uma riqueza fruto do privilégio e da mentalidade do artigo 171, o que fazer de transformá-la em chave-mestra para todas as detentas em situação similar à de Adriana Anselmo?

         Conduzida pela Polícia Federal, Adriana deixara anteontem o Complexo Penitenciário de Gericinó (Bangu), onde estava detida preventivamente desde 17 de dezembro, após a expedição de um alvará determinando que ela fosse levada para o seu apartamento pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas. A mulher do ex-governador Sérgio Cabral  responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

           No dia de ontem, 30 de março, motoristas que passavam em frente à portaria do prédio onde habita Adriana fizeram um "buzinaço", atendendo a cartazes que pediam: "Buzina, não adianta, ainda é detenta".  Um grupelho de dez pessoas, entre moradores e representantes da Associação SOS Bombeiros, se congregaram junto ao edifício no Leblon.  Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra a concessão de tal benefício à ex-primeira dama do Estado.



(Fontes:  O  Estado de S. Paulo,  Rede Globo )

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