sexta-feira, 24 de março de 2017

A primeira grande derrota de Trump

            
        Apesar da postura da Casa Branca de fazer passar a reforma da Lei da Assistência Sanitária Custeável, foi enorme a repercussão negativa junto ao povo americano no que tange  à desejada e desastrosa revogação que o Presidente Trump queria alcançar a qualquer custo.
        A Casa de Representantes, com maioria do GOP, sentiu a pressão de seus constituintes, que não podem entender por quê  Trump desejaria por um capricho de vaidade tirar de vinte milhões de americanos a assistência médica que o Affordable Care Act (tratamento médico custeável) lhes proporciona hoje.

        Diante da pressão de seus constituintes, os deputados republicanos fizeram saber em boa parte que não mais votariam a lei do GOP que retiraria desses americanos o apoio sanitário que lhes é proporcionado pelo ACA
        E foi essa mensagem que o Speaker  Paul Ryan levou ao Presidente Trump, ao dizer-lhe que o GOP não dispunha de votos em número suficiente para fazer aprovar a leizinha que os republicanos pensavam poder empurrar guela adentro da Câmara.

         Donald J. Trump tentou explicar, em sua fala ao Povo americano, que a dita derrota era devida aos democratas. Em discurso desconexo, tentou empurrar para o Partido Democrata e a sua líder Nancy Pelosi a 'responsabilidade' pela não-aprovação da emenda que, na prática, arrancaria do povo americano, a lei que continua de pé,  justamente em função da reação popular, a que revoltou a insensibilidade da liderança republicana - e, em especial, de Trump - de querer por mero capricho  infligir graves perdas ao povo e, em particular, àqueles mais necessitados.

         A conclusão que o meio político retira do episódio é que estamos diante da primeira séria derrota da Administração do 45º Presidente, e, em particular, a inegável gravidade do golpe pessoalmente infligido a Trump, que prometera derrubar o por ele detestado 'Obamacare', e teve de aguentar a humilhação de que  Câmara de maioria republicana tenha sido forçada a um recuo em toda a linha.

             É a primeira promessa de Donald Trump em que a tentativa de derrubar a Lei do Tratamento Médico Custeável malogra vergonhosamente. Na prática, tal corresponde à elevada apreciação pelo Povo Americano da qualidade desta Lei  como grande conquista popular. A liderança democrática na Câmara, com Nancy Pelosi à frente,  preservou o monumento da Administração Obama.  Não obstante a raivosa oposição  do Tea Party dos irmãos petroleiros Koch, ironicamente o Obamacare comemora mais um aniversário - sete anos de pé - graças ao apoio e a despeito de toda a campanha que intenta demonizá-la, eis que  a própria qualidade e a reação da maioria da gente - a mesma que dera a Hillary Clinton a pública supremacia na votação popular (nas palavras de um prócer democrata) - que levou Trump a visitar Canossa muito mais cedo de o que pensava.



( Fonte:  The New York Times )    

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