quinta-feira, 2 de março de 2017

Jeff Sessions nas cordas?

                           

       O Senador por Alabama, Jeff Sessions, já tivera uma sessão de confirmação difícil, notadamente pelas suas posições dúbias quanto a direitos humanos. Desde então, não parecera que este partidário ferrenho de Donald Trump fosse a pessoa adequada para assumir o Departamento de Justiça.  No entanto, com a intervenção da bancada republicana, assim como o relutante recuo de parte dos senadores mais enfronhados quanto a atuação de Jeff Sessions no passado, o GOP lograra garantir a aprovação desse senador como Procurador Geral (Attorney General) do Ministério da Justiça.
        Sem embargo, a evolução da investigação sobre os contatos da Administração Trump, notadamente em nível já de maior relevância, com representantes da Federação Russa, já levara à revelação que o assessor-designado para a segurança nacional, Michael T Flynn, mantivera contato com o Embaixador russo Kyslyak.  Como Flynn iludira o Vice-Presidente Mike Pence  a respeito do contexto e significado dessa conversação, a sua exoneração do cargo se tornou inelutável.
          Esta foi a primeira baixa na Administração Trump por causa da conexão russa. Donald Trump jamais fez segredo da amizade por ele mantida com o Presidente Vladimir Putin, havendo inclusive interrogações várias sobre o significado de tais contatos com Moscou e quanto isto poderia implicá-lo no futuro.
          Em sua coluna, o Prêmio Nobel Paul Krugman já se reportou à viva inquietude que o estreito relacionamento de Trump com Putin possa dar oportunidade a que o autócrata russo dele se prevaleça para chantagear o 45º presidente americano, com as previsíveis consequências de tal situação.
          Na audiência do Senado de confirmação para o Procurador-Geral, em janeiro último, segundo informa o New York Times, o Senador Al Franken (Dem/Minn.) perguntara acerca da procedência de notícia da CNN de que expertos de inteligência haviam referido ao então Presidente Barack Obama, e a Mr Trump (então o Presidente eleito) que agentes russos reportaram disporem de informação comprometedora sobre Mr Trump.
          O Senador Franken acrescentara que a informação também indicava que pessoas da confiança de Trump e intermediários do governo russo continuaram a intercambiar informações durante a campanha. Franken perguntou a Sessions o que ele faria se a informação fosse comprovada.
          Jeff Sessions disse nada saber coisa sobre o assunto.
      Não obstante esta peremptória assertiva, o Departamento de Justiça acaba de reconhecer nesta quarta-feira que Mr. Sessions se comunicou por duas vezes com o Embaixador russo  em 2016.
           A despeito das tentativas de auxiliares de Mr Sessions de apresentar em contexto formal e diplomático tais encontros ditos casuais, a bancada democrata não ficou convencida.
           Em declaração  o Senador Franken considera o testemunho de Jeff Sessions  "no mínimo, enganoso", assinalando: "fica mais do que claro agora que o Procurador-geral não pode, em boa fé, supervisar a investigação no Departamento de Justiça e no F.B.I. sobre a conexão Trump - Russia, e ele deve recusar-se ex-officio  e de imediato".
           Tampouco colou  a explicação dada por Mr Sessions de que ele se reunira com o Embaixador russo por causa de suas obrigações como membro do Comitê do Senado sobre os Serviços Militares.  A Senadora Claire McCaskill, Democrata de Missouri, disse que podia garantir que tal não era atribuição da comissão, e o serviço da Senadora por dez anos naquele comitê o garantia. Os Embaixadores não visitam o Comitê de Serviços Militares, e sim o Comitê de Relações Exteriores.
             Qual o efeito dessas revelações tão graves quanto relevantes tem sido produzido nas bancadas republicanas ?
              Pois vejam só. O deputado Jason Chaffetz Republicano de Utah, e chefe do Comitê de Supervisão, da Casa de Representantes, e algoz  da então pré-candidata democrata Hillary Clinton, por causa do assassínio do Embaixador Christopher Stevens, na Líbia, declarou através do Twitter que seria melhor para o país e para ele Sessions, que se recusasse a ter qualquer participação na investigação em curso no Departamento de Justiça.
             Por outro lado, o líder da maioria (GOP) da Câmara, disse à mídia que Jeff Sessions "deveria esclarecer" o seu testemunho, dando indicações de que deveria recusar-se a dirigir as investigações. Mais tarde, Kevin McCarthy (Rep-Cal.) semelha ter recuado dessa assertiva.
                 


(  Fonte:  The New York Times )

Nenhum comentário: