domingo, 5 de março de 2017

DT investe contra Obama

                              

        Era de esperar-se, embora Barack Obama, pela própria moderação e equilíbrio, constitua um alvo difícil, mesmo para as investidas do errático e nervoso Presidente Donald Trump.
         Pois na nova série do Twitter presidencial, Trump acusa o seu antecessor de ordenar o grampo de seus telefones, chegando  a definir como "muito perturbadoras" as indicações do alegado grampeamento. Nesse sentido, não se peja de sugerir que o Congresso deva examiná-las no contexto  das próprias investigações acerca da alegada interferência russa nas eleições presidenciais.
          Dadas as vezes em que o 45º presidente não haja hesitado em veicular estranhas, pouco verossímeis ou mesmo falsas acusações,  a primeira reação contra a saraivada de Donald J. Trump tende a ser de descrença, por mais que esse tipo de increpação tenda a demandar verificação.
           Donald Trump age por vezes com a imprevisibilidade do animal perseguido e cercado. O Presidente Obama terá feito todos os esforços cabíveis para dispensar ao candidato vencedor e atual presidente a atenção deferente que se costuma dirigir a alguém que tenha atingido  tal categoria.
           Talvez Obama haja sido demasiado respeitoso das atribuições de altos funcionários  que, legal e funcionalmente, lhe deviam as necessárias explicações, quando de atitudes suas que provocaram espécie.
            No entanto, tal não se verificou, e quem foi prejudicada foi a candidata democrata e sua antiga direta colaboradora como Secretária de Estado,  Hillary Clinton.
            Quiçá por ter sido muito obsequioso,  Obama agora paga o preço de ter de lidar com absurdas acusações contra a sua conhecida lisura, acusações estas que não mereceriam resposta em outras situações.
             Obama, no entanto, achou ainda oportuno mandar através de porta-voz seu desmentir a acusação de Trump, a que se qualificou de "totalmente falsa" ,sendo acrescentado, por oportuno, que  "Mr Obama jamais ordenou qualquer grampeamento de cidadão dos Estados Unidos".
                Tendo-se a impressão de que as "acusações" de Trump, mesmo destituídas de lógica ou credibilidade,  funcionam como se fossem metralhadora giratória,  por quanto tempo ainda as pessoas eventualmente atingidas julgarão oportuno responderem a tais increpações - eis uma pergunta que se torna cada vez mais provável, no contexto do comportamento do novel Presidente americano.



( Fontes:  The New York Times,  O  Globo ) 

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