segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O Projeto de Renan

                               
       Havido como principal redator do projeto contra o abuso de autoridade, o Senador Renan Calheiros - que coleciona inquéritos no Supremo Tribunal Federal -  e que tenta apressar a tramitação desse projeto que não se sabe bem porquê torna mais rígida a lei sobre crimes de abuso de responsabilidade cometidos por agentes dos três poderes (especialmente, autoridades policiais e membros do Ministério Público) - essa ideia não tem sido nada bem vista no Senado.
      A oposição cresce ainda mais com a ideia do Presidente do Senado de fazer a proposta andar paralelamente à PEC da Reforma Política, intenção que vem sendo criticada tanto por parlamentares da base do governo quanto da oposição.
       É amplo o arco da oposição a esse projeto casuísta e suspeito.  Para o Senador Álvaro Días (PV-PR), discutir abuso de autoridade  agora é "abusar  da inteligência nacional", e passa a ideia de provocação e confronto.
        Critica Álvaro Dias: "Votar agora é provocação descabida. (...) São vários os equívocos da proposta, mas ela já esbarra na preliminar da oportunidade. Essa precipitação repercute como uma velada obstrução de Justiça, já que tem o visível objetivo de intimidar."
        Tampouco o Senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) acredita que a prisão dos agentes legislativos não irá agilizar a votação da lei.  "Esse projeto é absolutamente estranho à pauta, absolutamente delicado e sensível, e não tem qualquer sentido de prioridade neste momento. Vai soar muito mal discutir isso agora."
         Quais são as origens dessa estranhíssima ideia? Com o apoio do Ministro Gilmar Mendes (STF), Renan Calheiros desengavetou  o projeto de abuso de autoridade que estava parado no Senado Federal há mais de cinco anos, depois que o PGR Rodrigo Janot pedira a prisão dele, Renan, do ex-senador José Sarney, do senador Romero Jucá e do deputado (hoje cassado) Eduardo Cunha.  Por outro lado, os Procuradores do Ministério Público que comandam as investigações do esquema de propinas na Petrobrás e em outras estatais asseveram que a aprovação de tal projeto acabará com a Lava-Jato.  ( A continuar )


(  Fonte:  O  Globo  ) 

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