quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A Carolina do Norte nesta eleição

          
          De repente, a Carolina do Norte virara um estado republicano. Enquanto a Carolina do Sul era normalmente enquadrada na área política do GOP, tal não se verificava com a Carolina do Norte, que era havida como espécie de região fronteiriça entre os dois grandes partidos americanos. Nessa condição, não despertava surpresa que democratas e republicanos se alternassem nessa área, como se realmente a do Norte se distinguisse da Carolina do Sul, esta mais conservadora ou, atendida a posição mais liberal de quem julgasse, mais atrasada nas suas posturas políticas.
           Mais tarde, a Carolina do Norte passou a ser classificada como estado vermelho - de acordo com os critérios estadunidenses, vermelho quer dizer partidário do GOP,  e não com viés à esquerda - e até mais radical, como na postura de vedar a transsexuais o direito de usar o banheiro do seu sexo adquirido.
           Pois agora, há esperanças de que a Carolina do Norte volte a ser estado ou com preferência democrata ou maverick, com posições políticas mais avançadas.
           Assim, os democratas esperam poder derrubar dos respectivos cargos  tanto o Senador republicano, Richard Burr, quanto o Governador Pat Mc Crory.
            No contexto político de 2016, há o fator Hillary Clinton, que tem energizado bastante a campanha, e aberto maiores possibilidades de que o Senado americano volte a ser democrata. Por outro lado, existe também  o chamado efeito Donald Trump, que com a sua queda nas pesquisas e todas as polêmicas que tem provocado vem animando muito aos democratas, a par de ter efeito oposto na grei republicana, ao desestimular os votantes do GOP.
           Será, portanto, em estados mais abertos aos ventos da mudança, que os democratas poderão colher os maiores êxitos. O problema, por ora, nessa campanha, é singular para os democratas: trata-se de não cair na armadilha do otimismo excessivo que tende a subestimar o contendor.
              Por enquanto, não é o que se depara na liça política estadunidense. Anima aos democratas a perspectiva de grande vitória sobre os rivais republicanos. O otimismo reina - e até de forma excessiva, quando julgam possível arrebatar de volta para o Povo americano o artificial domínio pelo GOP da Câmara de Representantes, eis que, no início da segunda década deste século, os republicanos lograram aí estabelecer um estranho e inamovível domínio, por meio do recurso do gerrymander.
              Há milagres em política? Neles passarei a crer se o Partido Democrata vencer a peleja pela Câmara de Representantes. Que melhor símbolo dessa vitória da democracia que Nancy Pelosi voltando a ser Madam Speaker [1]?

( Fonte: The New York Times )



[1] Speaker é o título do (da) Presidente da Câmara de Representantes. A bancada majoritária na Câmara é quem elege  o Speaker ou Madam Speaker...

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