quinta-feira, 18 de junho de 2015

Neymar descontrolado


                                       

         Como diria Nenem Prancha há grande diferença entre amistosos e jogos pra valer. A dificuldade e os problemas tendem a aumentar quando a Seleção joga contra os hermanos sul-americanos,  na Copa América.

        Apesar de que os tempos de jogos desequilibrados entre Brasil e os demais scratches de hispano-América sejam coisa do passado, a rivalidade persiste, assim como a lembrança de nossa supremacia.

        A chamada Copa América, este ano jogada no Chile, não seria a continuação, como terão esperado alguns, da série triunfal de dez jogos amistosos enfrentados pelo time pós 7 x 1, ora sob a direção de Dunga.

        Além de jogar mal, e de ser dominada no primeiro e boa parte do segundo tempo, nosso time entrou no ritmo do adversário. O primeiro gol – que seria o único da partida – foi jogada bisonha que, de tão repetida, acabaria no que deu.

        Por outro lado, o supercraque Neymar não estava em dia de Barcelona. Pudera, tampouco tinha de seu lado o Messi e outros mais que explicam a categoria e a presente colocação na Europa do time da Catalunha.

        Será que os aspones da equipe técnica, presidida por Dunga, nunca ouviram falar de preparação psicológica ?

        Neymar parecia um estreante, um novilho largado entre touros espertos. Além de fazer fouls nos adversários – tática inventada pelo Felipão e imitada por Dunga – o que serviria para colaborar com a defesa, o supercraque parecia muito nervoso, não se controlando, e, por isso, era o prato ideal para os adversários que só tinham de provocá-lo para que ele se complicasse com o juiz.

        Por falar no senhor árbitro, temos de concordar com o juízo sobre Neymar quanto à fraqueza dele, sem pulso para controlar os jogadores, com as consequências previsíveis.

       Mas voltemos a chamada ‘comissão técnica’.  Será que não pensaram na probabilidade dos fouls e das contínuas provocações (e faltas) contra Neymar?  Um jogador da classe de Neymar não pode fazer o que ele fez durante o jogo,  até mesmo    depois de terminada a partida. Com as suas contínuas reclamações a Sua Senhoria e os fouls, ele tornou-se o prato ideal para coletar punições. Pode ser até que seja suspenso de forma a não poder mais jogar nesta Copa.

       De toda maneira, as sumidades da seleção deveriam instrui-lo a não mais fazer faltas, assim como manter a calma, e nunca mais repetir o seu tolo comportamento durante o jogo de ontem, quando apenas fez o que o adversário queria.

        Como  tem muito mais futebol do que os demais,  não precisa disso.

         Parece-me muito cedo, outrossim, fazê-lo capitão do time.  O capitão precisa ter o controle não só do jogo, mas dele próprio. Não confundamos capacidade técnica com experiência e ascendência. 

         Com a volta de Thiago Silva à equipe, seria o caso de não sobrecarregar Neymar com essa posição de capitão. Neymar já é o único craque do conjunto. Lembrem-se que o time não tem meias-armadores (continuam a esquecer do Ganso, por melhor que ele jogue). Por isso, ficamos à mercê dos chutões dos beques e da imensa dificuldade de passar da defesa ao ataque.

         Ficará  muito complicado se dependermos sempre das escapadas de Neymar. Lembrem-se de Garrincha (vocês combinaram com os russos ?). Porque, se não combinarmos, vamos precisar ainda mais do nosso único craque. Só tem um detalhe: ele precisa controlar-se e não aceitar provocações. Quanto à representação da equipe em campo, Thiago Silva tem experiência de sobra.

 

( Fonte:  Rede Globo )

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