segunda-feira, 22 de junho de 2015

A Cumplicidade do Governo Dilma

                                   

         Há vários erros no que tange à Missão Aécio Neves e dos demais senadores que  o acompanharam.

          De início, o erro mestre de que todos os demais, direta ou indiretamente, decorrem: a visita dos Senadores não foi clandestina, ou tomada à revelia do Governo Maduro. Ela foi oficial, como o demonstra haver sido transportada por aeronave da Força Aérea Brasileira.

          Ao contrário do prometido, não houve nenhuma proteção ao veículo que conduzia a comitiva. Os policiais da Guarda Nacional nada fizeram para evitar a agressão ao veículo (balançaram o ônibus, não dispersaram o grupo de ‘manifestantes’ enviado pelo governo Maduro para atacar a comitiva em lugar estratégico de passagem).

          Tanto o Vice-Presidente quanto o Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, e o próprio PT, da presidente Dilma Rousseff, criticaram a visita. Houve disparidade no tratamento. Ao invés do absoluto desrespeito supra-referido, quando das visitas  dos ex-presidentes Jorge Quiroga (Bolívia), Andrés Pastrana (Colômbia) e Felipe González (Espanha) eles tiveram garantidas segurança, carros à disposição e policiais fortemente armados. Desta feita, nem o governo nem a Embaixada garantiram essa segurança. E acrescentou Lilian Tintori, esposa de Leopoldo López: isso foi um rechaço à visita, um maltrato aos senadores e um desrespeito sério.

           E enfatizou Lilian Tintori:       “por causa de uma visita  a Leopoldo López, meu marido, fizeram com que toda a cidade ficasse paralisada, para que os senadores não vissem nossa realidade.Uma realidade que o mundo não conhece.”

         A ausência do Embaixador Ruy Pereira, que não acompanhou a missão, não ocorreu, portanto, por acaso. O Brasil não pode enviar uma missão oficial, do Senado Brasileiro, para visitar Leopoldo López – um político preso há mais de ano e em greve de fome – missão composta  por senadores, e o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, dê ordens expressas ao Embaixador em Caracas que não acompanhe a missão. Tampouco foi designado qualquer funcionário diplomático para acompanhar a comitiva.

           Parece evidente que o Ministro das Relações Exteriores cumpria instruções da Presidente Dilma Rousseff, que fez com que autoridades estatais não tivessem qualquer proteção na sua missão oficial a Caracas.

           A atitude da Presidente Dilma Rousseff com relação ao Ministério das Relações Exteriores não tem paralelo com a dos presidentes que lhe precederam no cargo, até mesmo os generais-presidentes do tempo do governo militar. Os exemplos são tantos que peço vênia para não mencioná-los. Baste assinalar que ao contrário da norma constitucional, determinou que o Brasil se abstivesse quanto à anexação pela Rússia da Crimeia. O seu registro de falta de respeito com o direito internacional público e o direito diplomático tem agora nova página com os Senadores da República, abandonados até por seu representante.  

                  

( Fonte:  O  Globo )        

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