domingo, 28 de junho de 2015

Colcha de Recados C 24


                                        

A viagem de Dilma e a crise da delação

 

          Não foi só o espetáculo na Broadway, reservado expressamente, que ficou de repente incompatível com os horários da Presidenta.

          Dilma se disse ‘indignada’ com os supostos vazamentos seletivos.  Quem faz coisas erradas, fica sujeita a tais dissabores.

          Não é só para viagens que se reserva o fim de semana. Com o acesso de que dispõe a revista VEJA, torna-se provável e mesmo natural que notícias desse calibre rebentem no fim de semana.

          Assim, Dilma convocou reunião de emergência para tratar da crise. O bom amigo Aloizio Mercadante teve de cancelar a sua ida, logo ele que é do núcleo duro dos íntimos do poder dílmico.  Ficará para quê, se a confusão já foi aprontada?

          Como sempre, os Ministros de Dilma admitiram o que não pode ser negado, mas contestaram vivamente  quanto à motivação, dizendo nada terem feito de ilegal. Assim, Edinho Silva, que como disse Recardo Pessoa, agira de forma particularmente “elegante”, negou de pé junto haver ameaçado o dono da UTC.

          O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aquele que disse preferiria morrer a ficar em nossas prisões, assinalou que “a presidente Dilma Rousseff desde o início orientou seu tesoureiro Edinho para que agisse estritamente dentro da lei”.  Que governo sério e republicano!, comentou a velhinha de Taubaté.

 

A viagem de Dilma e a Casa Branca

 

           Ela, que se disse “indignada”, como se sentirá no jantar programado na Casa Branca de Obama?

           Já fora forçada a cancelar a visita quando veio à tona a crise da espionagem de alto bordo nas suas comunicações pela agência americana de informações. Um a um os chefes de governo ocidentais se descobrem diante dessa desagradável contingência, como  Angela Merkel, a Chanceler alemã, e agora, François Hollande, o Presidente francês. Dilma, que não costuma no trato ser pessoa de grande cortesia, procurou tirar o máximo do entrevero, no que cometeria o erro de quem reclama demais. A Merkel ficou na dela e trataria de melhor modo as desculpas do Presidente americano.

           Agora, as suas estripulias eleitorais estouram justo na semana da viagem... Como ela se sentirá, sentada no salão da Casa Branca? A sua satisfação há de ser matizada pela água caída no chope... E depois, olhando em torno, em que pensará a nossa Presidenta? Que, por trás dos gentis cumprimentos, os convidados e o próprio anfitrião têm muito presente a crise política, o seu enfraquecimento nas pesquisas, e – não por último - a ameaça de impeachment.

            Os americanos sabem bem o que é impeachment...  Quiseram impedir o presidente Bill Clinton por causa do escândalo de Whitewater, e do caso com a auxiliar temporária Monica Lewinsky. O procurador-especial, Kenneth Starr, turbinado pelos republicanos, gastou milhões de dólares com o processo, mas fracassou... Por isso, ao aquilatarem a carga de processo desse gênero, haverá nos seus olhares sensações conflitantes, como coitada! ter de enfrentar essa barra...

 

 Aniversário do Estado Islâmico

 

          Consoante sublinha na sua coluna Clovis Rossi, junho é o mês do aniversário do Califado.  Nesse mês foi supostamente restabelecido o Califado Islâmico que, como instituição política, deixara de existir formalmente em 1924.

          Na verdade, a derrota na Grande Guerra, que depois viraria a Primeira Guerra Mundial, selaria o fim formal do Império Otomano. Mas o Ocidente vinha acompanhando há tempos a fatal enfermidade do Homem Doente da Europa. Na Turquia, o estado sucessor, surgiu, com a vitória contra a Grécia, sob o comando de Mustafá Kemal, aquele que mais tarde seria designado o AtaTurk, e uma de suas primeiras medidas seria a abolição formal do velho Califado, que na realidade já morrera há muito.

          O mundo árabe registra na atualidade vários estados que estão presa de sérias crises. A derrota e posterior assassinato de Muamar Kaddafi, comemorada (com razão no Ocidente – dona Dilma, é verdade dissentiu, ao declarar que não se festeja morte de grandes líderes’, mas o Brasil não participou da campanha contra o major que se iniciara na política derrubando o rei Idris) – não evoluiria com a criação de novo Estado na velha Líbia. O que se deparou foi o surgimento de uma quase república-falida, eis que não há segurança em suas principais cidades, onde as facções vencedoras na guerra civil se enfrentam em combates incessantes.

          Apesar de sua riqueza petrolífera, tampouco há estabilidade nessa nova república, com um governo que é quase de fachada, e que não tem força militar capaz de controlar os diversos grupos armados. 

           Valendo-se da falta de autoridade central, o E.I. se tem prevalecido da anarquia para os seus projetos terrorísticos e de desestabilização.  Mandado para a Líbia logo depois da vitória e consequente morte de Muamar Kadafi, o embaixador americano Christopher Stevens, um arabista de nomeada, foi na noite de 12/13 de setembro de 2013 covardemente assassinado no compound da Embaixada, que infelizmente não dispunha da proteção devida. O principal responsável pelo ataque (que matou o Embaixador e mais três pessoas), Ahmed Abu Khattala já foi preso em 12 de junho de 2014 e transportado para os Estados Unidos.

 

( Fontes: VEJA, Folha de S. Paulo, O Globo )  

Nenhum comentário: