domingo, 31 de outubro de 2010

Timinho

Como me disse um torcedor vascaíno, não tem sido agradável acompanhar os jogos do Vasco.
Depois da queda para a segunda divisão e a saída em alto estilo, replicando a experiência do Corinthians, a expectativa da torcida seria de presença do C.R.V.G. que lembrasse, de alguma forma, a tradição da equipe.
Longe está o tempo do chamado Expresso da Vitória, em que o Vasco formava a base da seleção brasileira. Se a qualidade do time não foi a mesma nas décadas de sessenta em diante, o Vasco continuou uma grande equipe, levantando diversos campeonatos nacionais.
No atual campeonato, depois de começo desastroso, a vinda de P.C.Gusmão prometeu a recuperação que, na verdade, nunca se efetivou. Além de colecionar empates, o retrospecto do Vasco é um de falsas promessas. Ao contrário de outras equipes, como o Grêmio por exemplo, que com a entrada de Renato Portalupi não só saíu do círculo infernal dos quatro últimos, mas também empreendeu notável e briosa reação, aproximando-se da área dianteira, o Vasco tem comportamento de time sem raça e personalidade.
Em quantos jogos a vitória foi desperdiçada, por falta de empenho no campo, e de comando fora dele ? A tal propósito, o próprio empate com o Grêmio em São Januário, é emblemático. E isso depois de estar ganhando por dois gols de diferença!
Depois de uma série de jogos em que o ataque não convertia, perdendo gols incríveis, como o do estádio Beira Rio, com o arco vazio, e atuando muito bem no primeiro tempo, chegando a encurralar o Internacional, o time de casa.
Aí entra em campo uma outra síndrome desse Vasco – joga bem no primeiro tempo, mas não marca ou faz apenas um gol, não sabendo traduzir o respectivo domínio. No segundo tempo, recua para defender-se não se sabe de quê, até que o adversário vire o jogo ou o empate.
Em outras palavras, joga como timinho, inseguro, incapaz de defender escores que lhe são favoráveis. Falta classe, experiência e talvez um pouco de brio.
O jogo com o Vitória nos mostrou o retrato sem retoque do conjunto vascaíno. Fraco na defesa – inclusive o goleiro, que era a exceção, resolveu ter a quota de frangos – a ponto de levar gol a menos de dois minutos do primeiro tempo ! Que Vasco é esse que toma quatro gols de uma equipe que está entre as últimas do campeonato nacional ?
Convenhamos, senhor Presidente Roberto Dinamite, que como programa para o corrente ano não é dos mais motivantes para a torcida.
O Vasco, esquecido de suas tradições, ser mero figurante no campeonato brasileiro, rezando para que não vá parar entre os quatro da zona de retrocesso ?

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