terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Paradeiro de Osama ben-Laden

Desde o ataque terrorísta de onze de setembro de 2001, com a morte de mais de três mil pessoas, Osama ben-Laden se transformou no inimigo número um dos Estados Unidos.
A ameaça do islamismo radical já sobrepairava, com o primeiro ataque ao World Trade Center, em 26 de fevereiro de 1993, por intermédio de grupo liderado por Ramzi Yousef e o xeique cego Omar Abdel Rahman. Havia participação da al-Qaida, com parte do financiamento da operação que visava a derrubar a Torre Norte (que cairia sobre a Sul). A explosão provocou a morte de seis pessoas e ferimentos em 1042 outras.
A al-Qaida intentaria, em 7 de agosto de 1998, destruir simultaneamente as embaixadas americanas em Nairobi, no Quênia, e Dar-es-Salaam, na Tanzânia. O macabro objetivo foi alcançado na primeira, com a morte de 213 pessoas, inclusive doze americanos, e a destruição de inúmeros edifícios daquela capital.
Em consequência, houve, a 20 de agosto de 1998, represália determinada pelo Presidente Bill Clinton – a operação Infinite Reach, com bombardeio de mísseis à al-Shifa, fábrica de produtos e armas químicas no Sudão, e no Afeganistão, a campos de treinamento da al-Qaida então dominados em grande parte pelos talibãs do Mullah Omar. Como Osama estava refugiado no Sudão, e se supunha financiasse a referida al-Shifa, a operação visava atingir a organização terrorista, em duas áreas que lhe davam abrigo.
O ataque suicida ao USS Cole, da marinha de guerra americana, no porto de Âden, no Iemen, a doze de outubro de 2000, vitimou dezessete tripulantes. Se não afundou o navio, nem lhe afetou o sistema de direção, o deixou parcialmente inabilitado por enorme rombo, na linha d’água.
As incursões terroristas de onze de setembro de 2001 representariam o primeiro ataque inimigo ao território dos Estados Unidos, desde a inconclusiva guerra contra a Grã-Bretanha em 1812. Foram 2823 os mortos nas Torres Gêmeas, incluídos os inocentes passageiros das duas aeronaves que colidiram contra esses edifício. Dois outros aviões foram sequestrados por grupos da al-Qaida, o primeiro se chocando contra o Pentágono e o segundo caindo na Pennsilvania, após a tentativa da tripulação e de passageiros de retomar o controle do aparelho. O total assim se elevaria a mais de três mil pessoas.
Desde a presidência de George W. Bush, como o inimigo número um, Osama ben-Laden, tem sido objeto de perseguição que alternou em intentos de atingi-lo, através de mísseis, ou, durante a guerra do Afeganistão, procurou detê-lo quando refugiado no maciço de Tora-bora.
Bush júnior, ou seus prepostos, cometeram a sandice de delegar a tarefa de prendê-lo a chefes da guerra afegãos. Que uma presa tão valiosa, e de tanta notoriedade no mundo islâmico, haja, não obstante, logrado escapar em fins de 2001, não deveria constituir surpresa, dada a condição humana.
Agora, em função da nova fase da guerra do Afeganistão, e da entrada em cena dos chamados predators, aviões teleguiados americanos, dotados de toda a sofisticada tecnologia que inclui, entre outros, o escopo de eliminar pessoas constantes das listas dos terroristas mais procurados, nos chega a notícia oficiosa – proviria do Pentágono – de que Osama ben-Laden e seu segundo Aymari al-Zawahiri estariam homiziados em residências próximas, no noroeste do Paquistão.
Dadas as recorrentes ambiguidades dos muy amigos paquistaneses, a nova poderia significar muito ou pouco. Semelha dificil acreditar que presença como a de Osama passasse desapercebida para os informantes do Serviço Secreto Paquistanês. As alianças dessa organização têm sido bastante dúbias, com as suas ligações com os talibãs e a eventual promoção de uma agenda não-necessariamente concorde com os objetivos colimados pela superpotência.
O futuro dirá se esta pista – ao contrário das muitas anteriores – levará a algo de concreto.

(Fonte: CNN)

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