sábado, 23 de novembro de 2019

Uruguai: Hora difícil para a Frente Ampla


                       
          Os uruguaios vão às urnas neste domingo, 24 de novembro, para escolher o sucessor do presidente Tabaré Vázquez. As pesquisas indicam que o opositor Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, de centro-direita, parece encaminhado para vencer Daniel Martinez, representante da Frente Ampla,  e encerrar por conseguinte o longo domínio da esquerda, que governou o Uruguai nos últimos quinze anos.

              No primeiro turno, Lacalle Pou terminou atrás de Martinez, mas conseguiu o apoio  de todos os candidatos adversários - liberais e sociais democratas - e passou a ser o favorito para vencer a eleição no segundo turno. As últimas sondagens dão ao opositor  cerca de 51% de votos, enquanto o governista tem aproximadamente 44%.
                 Além de sofrer do natural desgaste do poder, a Frente Ampla sofre com a insegurança prevalente.  O país, que é seguro no violento contexto latino-americano, registrou aumento de 45% dos casos de homicídio, entre 2017 e 2018. Além disso, a economia parou de crescer e o desemprego foi a 9,5%, em meio a queixas a respeito do alto custo das tarifas públicas, do preço do combustível e da pressão tributária.
                    Em sua campanha, o candidato oposicionista  repetiu  o mantra de que "O Uruguai não aguenta mais impostos", prometendo não aumentar a carga tributária e criar US$ 900 milhões de poupança para baixar o déficit fiscal.
                    Por sua vez, Martinez fala em renovação, para tentar virar o jogo, mas recorreu à velha guarda da Frente Ampla para montar seu gabinete.

                  O outro ponto a ser computado é a estabilidade política. Enquanto em muitos outros países na América do Sul a política tem sido dominada pela violência com confrontos e antagonismos radicais, os uruguaios têm evidenciado incomum estabilidade política.

                      "O melhor do Uruguai é sua política: as raízes de suas instituições e partidos, sua cultura cívica. A democracia deve ser nossa principal exportação", afirmou o cientista político Adolfo Garcê. Segundo ele, ao contrário de o que acontece em outros países, ninguém duvida que os votos sejam bem contados e o resultado seja aceito por ambas as partes.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )
                                 

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