Os uruguaios vão às
urnas neste domingo, 24 de novembro, para escolher o sucessor do presidente
Tabaré Vázquez. As pesquisas indicam que o opositor Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, de centro-direita, parece
encaminhado para vencer Daniel Martinez, representante da
Frente Ampla, e encerrar por conseguinte
o longo domínio da esquerda, que governou o Uruguai nos últimos quinze anos.
No primeiro turno, Lacalle Pou terminou atrás de Martinez, mas conseguiu o apoio de todos os candidatos adversários - liberais
e sociais democratas - e passou a ser o favorito para vencer a eleição no
segundo turno. As últimas sondagens dão ao opositor cerca de 51% de votos, enquanto o governista
tem aproximadamente 44%.
Além de sofrer do natural
desgaste do poder, a Frente Ampla
sofre com a insegurança prevalente. O
país, que é seguro no violento contexto latino-americano, registrou aumento de
45% dos casos de homicídio, entre 2017 e 2018. Além disso, a economia parou de
crescer e o desemprego foi a 9,5%, em meio a queixas a respeito do alto custo
das tarifas públicas, do preço do combustível e da pressão tributária.
Em sua campanha, o
candidato oposicionista repetiu o mantra de que "O Uruguai não aguenta
mais impostos", prometendo não aumentar a carga tributária e criar US$
900 milhões de poupança para baixar o déficit fiscal.
Por sua vez, Martinez fala em renovação, para tentar
virar o jogo, mas recorreu à velha guarda da Frente Ampla para montar seu gabinete.
O outro ponto a ser
computado é a estabilidade política. Enquanto em muitos outros países na
América do Sul a política tem sido dominada pela violência com confrontos e
antagonismos radicais, os uruguaios têm evidenciado incomum estabilidade
política.
"O melhor do Uruguai é
sua política: as raízes de suas instituições e partidos, sua cultura cívica. A
democracia deve ser nossa principal exportação", afirmou o cientista
político Adolfo Garcê. Segundo ele,
ao contrário de o que acontece em outros países, ninguém duvida que os votos
sejam bem contados e o resultado seja aceito por ambas as partes.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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