O
artigo de Madeleine Schwartz, em The
New York Review, datado de dez de outubro de 2019, sob o título "Inside the Deportation Courts" é decerto
depoimento assaz importante, para que se tenha idéia o quanto os Estados Unidos
sob esse Presidente Donald Trump desceram, em termos sobretudo de direitos
humanos e de respeito à lei, como instrumento de garantia de uma democracia
digna deste nome.
É
sob certos aspectos deprimente o que a reporter Madeleine Schwartz nos
mostra em seu relato sobre o que são, na realidade, essas verdadeiras kangaroo
courts, de quem não se peja de instituir
e de pôr em prática, tais tribunais que estariam bem talvez em ditaduras ou
regimes similares, mas não em um país como os Estados Unidos, terra de Thomas
Jefferson e de outros americanos
ilustres.
O respeito ao
cidadão, venha ele de onde vier, é indispensável para uma democracia. Ao contrário, o que aí
deparamos é cínica encenação em que os chamados direitos humanos são acintosamente escorraçados, e para tanto o quadro que se desenha é o de
infelizes que cáem nas garras de uma subjustiça, que parece gritantemente
desconhecer dos direitos de todos os homens e
mulheres, e não de travestimentos
ditatoriais. Todos, na verdade, devem ser tratados com um mínimo de respeito e
de igualitarismo na aplicação da Justiça.
As "inovações" com que se defrontam tais infelizes - tangidos pela
falta de recursos e de condições mínimas existenciais - nos fazem duvidar sobre
a situação atual dessa Justiça para os estrangeiros além do Pálio, porque em nada se assemelha àquela outra
sentada com os olhos vendados. Este vergonhoso instrumento montado pelo 45º
presidente, não é senão brutal arremedo
para denegar qualquer sombra de justiça àqueles que tangidos pelo infortúnio e
a pobreza se vêem forçados a apresentar-se diante de tão monstruosa criatura,
que nos é desenhada por Madeleine Schwartz.
( Fonte: The New York Review of Books: artigo de M.
Schwartz - Dentro das Cortes de Imigração.)
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