Antes de ontem, 25 de novembro, a
vitória folgada do candidato de centro-direita à Presidência do Uruguai, Luis Lacalle Pou, sobre Daniel Martinez, representante da
Frente Ampla, que há longos anos governa
o Uruguai, era tida como algo mais do que provável.
Por outro lado,
há o já famoso vídeo gravado pelo general-reformado Guido Manini Rios, afastado em
março do comando do Exército por suspeitas de acobertamento de militares
reformados que cometeram violações de direitos humanos na última ditadura (1973-1985).
Dois dias antes do segundo
turno, o general reformado gravou o vídeo que viralizou, em que praticamente ordenava
aos militares votarem em Lacalle Pou.
Esse vídeo propagou a
sensação de que um dos principais associados políticos de Lacalle Pou estava à
frente de partido militarista e autoritário, com a ameaça de que sua presença
em eventual governo de direita poderia
implicar numa volta ao passado.
Não obstante os temores
suscitados por esses lances teatrais, a opinião generalizada no Uruguai é que o centro-direita vai voltar ao poder, mas com muito menos força
de o que era esperado.
De qualquer forma, a
Banda Oriental está dividida. A Frente Ampla foi maioria em Montevidéu e no
vizinho Departamento de Canelones. Sem
embargo, a aliança de Lacalle Pou se impôs em todo o resto
do país. Se ele for. por conseguinte,
eleito, deverá governar um pais no qual sua Oposição teve o sufrágio da metade
dos eleitores, estará unida e é conhecida por sua disciplina partidária.
Por outro lado, a aliança de centro-direita se
apresentaria como verdadeira incógnita. Tudo dependerá da capacidade do Presidente de
dissipar as dúvidas e os eventuais ressentimentos do passado.
(
Fonte: O Globo )
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