O presidente turco,
Recep Tayyip Erdogan, criticou nesta
sexta-feira, dia 29, o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, chegando a
declarar que ele está em "estado de morte cerebral", o que acentua a
tensão entre os líderes a uma semana da realização da cúpula da OTAN.
Em reação às declarações de
Macron, que recentemente afirmara que a OTAN estava em "estado de morte
cerebral", o homem forte da Turquia atacou o líder europeu em discurso na
televisão.
"Primeiro analise sua própria
morte cerebral. Essas declarações servem apenas para pessoas como Você, que
estão em um estado de morte cerebral". Os comentários foram feitos após
Macron criticar a ofensiva turca contra milícias curdas na Síria.
Valendo-se de ignorância
generalizada, Erdogan critica Macron. O presidente francês se manifestara com
acerto, ao criticar a circunstância "de que não há nenhuma coordenação na
tomada de decisões estratégicas entre os Estados Unidos e seus aliados da OTAN.
Nenhuma."
Provocou decerto muita perplexidade a súbita atitude do presidente Trump
ao afastar-se de modo abrupto e incompreensível das milícias turcas, que sempre se pautaram
pela coragem e a lealdade, servindo com o seu habitual destemor às forças dos
Estados Unidos, tanto no Iraque, contra a então temível força do E.I. , e
contra o mesmo adversário, na Síria. O abrupto abandono pelo presidente Trump
desse aliado que sempre se notabiliza pela coragem e a lealdade - como é o caso
do povo curdo - constituí um verdadeiro mistério, que algum dia será deslindado, pela notada
capacidade jornalística do povo americano.
Por isso, sobra razão ao
presidente Macron na sua entrevista, quando declara que "não há nenhuma
coordenação na tomada de decisões estratégicas entre Estados Unidos e seus
aliados da OTAN. Nenhuma." E, dentro desse contexto, acrescenta o
presidente francês: "Há uma ação
agressiva, descoordenada, de outro aliado da Otan, a Turquia, em uma zona em
que nossos interesses estão em jogo."
A súbita reviravolta de Trump,
cessando a coordenação entre as forças americanas e a milícia curda, sem dar
qualquer motivo a tal atitude, em que pagou com singular ingratidão todo o
empenho, a coragem e sobretudo a eficiência nas operações militares dos curdos,
em continuado apoio às operações das forças estadunidenses, como acima referido.
É conhecida a atitude da
Turquia e em especial de seu homem forte Recep Erdogan, a importante minoria
curda existente naquele país. Em
outubro, a Turquia iniciou operação contra a milícia curda YPG, a que Âncara e
em especial o seu atual homem forte, Erdogan considera como
"terrorista".
A ofensiva oportunista da
Turquia contra a milícia curda YPG - considerada "terrorista" pelo
governo de Âncara - levou a países do Ocidente a criticarem a ofensiva. Nesse contexto, Macron declarou
em entrevista ao Economist, em princípios de novembro, que a operação turca
unilateral "era um sintoma de que a OTAN estava em estado de "morte
cerebral".
A instrumentalização da
reviravolta na situação da milícia curda, de repente abandonada de forma que
desafia qualquer correção na atitude do aliado que sem embargo dos excelentes
serviços prestados pelos curdos - no que se distinguem das demais forças
auxiliares, que dispensam comentários,
só pode ser compreendida pela falta de qualquer sentido ético de parte
de um ferrenho adversário de um povo bravo e confiável, que merece o respeito
que se tributa ao soldado leal. e de capacidade muito acima da usual.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário