Segundo
anuncia a Folha em primeira página o governo de Xi Jinping pôs à disposição do governo Jair Bolsonaro mais de US$
cem bilhões de pelo menos cinco fundos estatais, para uma nova rodada de
investimentos no Brasil.
No
encontro do BRICS em Brasília, os
líderes Jair Bolsonaro (Brasil), Xi Jinping (China), Vladimir Putin ( Rússia
), Modi (União Indiana) e Ramaphosa (União Sul Africana) encerraram no Palácio
Itamaraty a reunião de cúpula na capital federal.
Nas
reuniões ocorridas entre os países nesta semana em Brasília, Beijing também
sinalizou com expansão de crédito por
meio de seus bancos no Brasil, para
competir sobretudo por clientes do
agronegócio e da indústria.
Enquanto aos fundos de investimento, a
maior parte dos recursos deverá financiar projetos de infraestrutura.
O
ministro da área no Brasil, Tarcisio de Freitas, assinou nesta quarta-feira dia
treze, um acordo de cooperação com o ministro dos transportes da RPC, e ao
longo de 5 anos, haverá parceria na elaboração de projetos. Tal parceria pode
destravar um fundo criado pelos dois países em 2017, destinado principalmente à
expansão da malha logística no país.
Segundo a matéria da Folha assinala, desde a posse de Bolsonaro nenhuma
reunião ocorreu para decidir quais seriam os empreendimentos a serem
financiados com os recursos do fundo binacional.
Nesse sentido, a Parte chinesa aguarda o sinal verde do Brasil para
depositar US$ 15 bilhões. Segundo o acordo, o Brasil terá de entrar com US$ 5
bilhões como contrapartida. Deve-se ter
presente que no momento atual a RPC é o principal parceiro comercial do Brasil.
De janeiro a outubro, o Brasil exportou
US$ 51 bilhões para a China, e dela importou US$ 30 bilhões.
Segundo se assinala, a mudança de rumo na relação com a RPC ocorreu em
fins de outubro, durante a visita oficial do presidente Bolsonaro àquele
país. Na reunião com o líder chinês, Xi
Jinping, o brasileiro solicitou que as petroleiras chinesas participassem do megaleilão do pré-sal para garantir
presença estrangeira. Assinale-se que a RPC foi o único país que entrou na
disputa.
Conforme assinala o artigo da Folha, a abertura para o país asiático
ocorre no momento em que os resultados do alinhamento com os Estados Unidos da
América não surtem os efeitos esperados pelo Governo do Brasil, que, em
contrapartida, terá feito diversas concessões. Uma delas, a abertura do mercado
do trigo para produtores americanos,
desagradou à RPC, que fizera o mesmo pedido ao Brasil, sem sucesso.
O Brasil, de acordo com o artigo de Julio
Wiziack, também busca, como é notório, o apoio dos Estados Unidos para entrar
na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O país
está na fila, e a Argentina foi anunciada recentemente como prioridade.
Cabe
aqui uma nota pessoal. É publicamente conhecido que o Brasil foi preterido
para o ingresso no Conselho de Segurança das Nações Unidas, então em processo
de formação, ao final da Segunda Guerra Mundial. Tal era decisão pessoal do
Presidente americano, Franklin Delano Roosevelt, mas a preferência de FDR não
nos assegurou o ingresso do Brasil como membro permanente desse Conselho - que
de resto correspondia à gratidão estadunidense pela ajuda determinante que o
Presidente Getúlio Vargas concedera, como aliado dos EUA, à utilização de Força
Expedicionária brasileira que participou da guerra contra o Eixo, assim como e
em especial do Nordeste do Brasil no esforço americano para ganhar a Segunda
Guerra Mundial, contra as potências do Eixo. A conhecida preferência de FDR não
se materializara pela sua morte repentina e a sua consequente sucessão pelo
Vice-presidente Harry S. Truman, que optou por desconhecer desta decisão de seu
antigo chefe, e trouxe a França do
general Charles de Gaulle para o Conselho de Segurança das Nações Unidas. E
desde então e até o presente o Brasil tem postulado pelo reconhecimento deste
direito que a morte imprevista do grande líder americano inviabilizara.
Mas
voltemos ao presente. A China é o principal parceiro comercial do Brasil. De
janeiro a outubro, o Brasil exportou US$
51,5 bilhões para a RPC e importou US$
30 bilhões. A mudança de rumo na relação com a China ocorreu no fim de outubro,
durante a visita oficial do Presidente Jair Bolsonaro àquele país. No seu encontro
com o dirigente chinês Xi Jinping, o
brasileiro pediu que as petroleiras
chinesas participassem do megaleilão do pré-sal para garantir presença
estrangeira. A China foi o único país que entrou na disputa.
A abertura para o grande país asiático ocorre no momento em que os
resulta-dos do alinhamento com os Estados Unidos não surtem os efeitos
esperados pelo governo brasileiro, que, em contrapartida, fez diversas
concessões. Uma delas, a abertura do mercado do trigo para
produtores americanos, desagradou a China, que fizera o mesmo pedido ao Brasil
sem sucesso.
Também nesse contexto, o Brasil
buscou o apoio dos Estados Unidos da América para entrar na OCDE. O país está
na fila, segundo consta do artigo de Wiziack,
e a Argentina foi anunciada recentemente como prioridade. Dado o tamanho do Brasil e a sua óbvia
potencialidade, existe de parte de nosso grande amigo do Norte uma atitude de
certa dubiedade no que tange a conceder posições ao Brasil que normalmente lhe
caberiam pelas próprias condições fisicas desse país-continente na América
Latina. Basta ver a lista dos membros da OCDE para que a verdade salte aos
olhos, com a confirmação das naturais
pretensões do Brasil a integrar essa Organização.
Mas voltemos às
perspectivas nas relações entre esses gigantes continentais. Assim, no caso de
que a mudança nas relações se confirme, os chineses também querem ampliar a
presença de seus bancos, principalmente os de fomento, como o China Development
Bank, para expandir o crédito.
Nessa linha de
pensamento, bancos como o ICBC
(Industrial and Commercial Bank of China), o Bank of China, o Haitong e o CCB
(China Construction Bank) devem ampliar neste ano seu patrimônio, atualmente na
casa de US$ 3,5 bilhões, para poder concorrer na oferta de crédito nas áreas de
agricultura e indústria, sobretudo.
Por trás dessa
estratégia, está a política do Governo chinês de fortalecer a respectiva
moeda, o yuan.
A idéia é de massificar a presença de
instituições financeiras chinesas a ponto de pleitear do Brasil que as
transações comerciais e de investimento sejam feitas diretamente no moeda
chinesa.
"Isso levaria a
uma redução de custo das transações nas duas pontas", diz Sérgio Quadros,
ex-gerente do Banco do Brasil na China, que hoje pesquisa os benefícios da expansão da moeda chinesa no país.
Para ele,o
Brasil pode ganhar com essa política. As empresas nacionais poderiam, por
exemplo, se financiar comprando títulos chineses em yuan no exterior, pagando
menos. "Hoje mais de 90% das
reservas brasileiras são em dólar", afirma Quadros. "Tenho certeza de
que a China gostaria que uma parte fosse em yuan."
Segundo ele,
hoje bancos centrais mantêm o equivalente a US$ 202 bilhões de suas reservas em
moeda chinesa.
Por fim - o
que denota tanto a importância da RPC no aspecto econômico para o Brasil,
quanto a necessidade de uma atitude mais conservadora quanto ao fluxo do
comércio com o país asiático, e o consequente aumento no valor das exportações
- está a discussão sobre a assertiva do Ministro Paulo Guedes - de que
existem tratativas para uma área de
livre comércio com a RPC - posição esta a que se contrapõe a visão mais
conservadora de técnicos do governo brasileiro que assinalam que as negociações
em curso com o governo de Beijing não abrangem um objetivo tão amplo quanto
esse.
É óbvio
que dada a relevância da RPC no quadro econômico mundial, tais observações,
ainda que importantes, se reportam ao momento presente, e à necessidade de
levar em conta as reais condições da atual realidade econômico-financeira dos
dois países, na sua respectiva posição no contexto das economias continentais.
( Fontes: Folha de S. Paulo e observações
pessoais. )
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