O Knesset já foi
dissolvido duas vezes, mas as eleições subsequentes não permitiram que Bibi Netanyahu, com o Likud, ou o general Benny Gantz, com o Azul e
Branco, constituíssem os gabinetes
respectivos.
Outro elemento disruptor é o processo
por corrupção que, segundo se anuncia, foi lançado pelo Procurador-Geral contra Netanyahu.
O temor de Bibi é que em função das acusações haja defecções na sua anterior maioria, e a possibilidade que esta engrosse as fileiras de Gantz. Mesmo à distância não é
difícil detectar o caráter disfuncional da Constituição israelense, e a
possibilidade de que as formações políticas não reflitam adequadamente a opinião no país. A multiplicação das regras
dificulta, senão inviabiliza, a formação de gabinetes sólidos, que possam ter
sustentação adequada.
Benny Gantz não afasta de consideração o apoio dos partidos árabes,
mas há tantas regrinhas que até o momento essa grande aliança não pôde ser
formada.
Por sua vez, o corrupto Bibi
tem pela frente a contestação, dentro do próprio Likud, de um candidato alternativo, ou alguma fronda em que o
plenário, cansado, pense na possibilidade concreta de uma aliança com o general
do Azul e Branco.
Diante das manobras de
Bibi - com os seus diversos fronts
expostos - o general Gantz pode pensar afinal em alguma manobra mais inventiva,
em que a sua condição de "novo" possa sacudir um parlamento demasiado
condicionado pelo imobilismo. No ritmo em que as coisas procedem, é difícil
pensar em algo que possa subverter essa rigidez assemblear. Se quer afinal
prevalecer, Benny Gantz carece de
dispor de uma imaginação que, no passado, ainda não se desvelou.
O próprio eleitorado
israelense deve estar exausto com tanta inação. Para os otimistas de plantão,
tudo pode ocorrer nesse panorama de E.M.
Remarque "Im Westen nichts Neues"...
(
Fonte: O Estado de S.Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário