quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Foi tiro de PM que matou a menina Ágatha


                       

        A  Polícia Civil do Rio de Janeiro concluíu que quem atirou e matou a menina Ágatha Félix, de oito anos, foi um policial militar. Ela foi atingida dentro de Kombi, quando voltava de passeio com a mãe, no Complexo do Alemão, a 20 de setembro.

        No momento em que o motorista parou em esquina para que passageiros desembarcassem, dois homens em uma motocicleta passaram ao lado em "uma certa velocidade", afirmou o delegado responsável pelo inquérito, Marcos Drucker.
          Então, um cabo da UPP da região da Fazendinha, disparou em direção à motocicleta.  O projétil,porém, se desviou: bateu em poste, se fragmentou, e descendo bateu na tampa do motor da Kombi, subiu passando pelo banco traseiro do veículo e atingiu as costas da menina.
            A polícia chegou a divulgar pela manhã que os motociclistas eram traficantes, mas em seguida corrigiu a informação. A apuração concluíu que eles não estavam armados, nem atiraram contra os policiais ou qualquer outra pessoa. A polícia disse que tentou, mas não localizou a dupla.
              Outra testemunha relatou que o homem sentado na garupa carregava esquadria de alumínio, que teria sido confundida com uma arma. O delegado, contudo, afirmou que não foi possível  confirmar isso. : "Essa é a versão de uma testemunha. As outras, inclusive civis, não viram esquadria", respondeu Drucker.
              A Polícia Civil concluíu o inquérito nesta segunda, dia dezoito, apontando que houve erro de execução por parte do PM e o indiciando por homicídio doloso. O relatório foi encaminhado ao M.P. estadual, que agora deve decidir se acusa ou não o PM na justiça.
                Os investigadores também solicitaram  que o cabo seja afastado da UPP onde trabalhava e proibido de ter contato com testemunhas do caso que não sejam PMs. Contudo, não pediram a sua prisão por entenderem que ele colaborou com a apuração desde o início. Na versão deste cabo, já refutada, o motociclista havia atirado.
                Assinale-se que a Corporação até agora não divulgou o nome desse PM indiciado, diversamente de o que costuma fazer quando algum traficante, v.g..é descoberto ou preso.
                A corporação não divulgou até agora o nome do policial indiciado, diferente- mente do que costuma fazer quando algum traficante, por exemplo, é descoberto ou preso.
                Questionado a respeito, o delegado Daniel Rosa, chefe da Delegacia de Homicídios do Rio, negou que haja corporativismo e se limitou a responder que o nome não será divulgado "porque não será divulgado".

( Fonte: Folha de S. Paulo   )

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