A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluíu que
quem atirou e matou a menina Ágatha Félix, de oito anos, foi um policial
militar. Ela foi atingida dentro de Kombi, quando voltava de passeio com a mãe,
no Complexo do Alemão, a 20 de setembro.
No
momento em que o motorista parou em esquina para que passageiros
desembarcassem, dois homens em uma motocicleta passaram ao lado em "uma
certa velocidade", afirmou o delegado responsável pelo inquérito, Marcos
Drucker.
Então, um cabo da UPP da região da Fazendinha, disparou em direção à
motocicleta. O projétil,porém, se
desviou: bateu em poste, se fragmentou, e descendo bateu na tampa do motor da
Kombi, subiu passando pelo banco traseiro do veículo e atingiu as costas da
menina.
A
polícia chegou a divulgar pela manhã que os motociclistas eram traficantes, mas
em seguida corrigiu a informação. A apuração concluíu que eles não estavam
armados, nem atiraram contra os policiais ou qualquer outra pessoa. A polícia
disse que tentou, mas não localizou a dupla.
Outra testemunha relatou que o homem sentado na garupa carregava
esquadria de alumínio, que teria sido confundida com uma arma. O delegado,
contudo, afirmou que não foi possível
confirmar isso. : "Essa é a versão de uma testemunha. As outras,
inclusive civis, não viram esquadria", respondeu Drucker.
A Polícia Civil concluíu o inquérito nesta segunda, dia dezoito,
apontando que houve erro de execução por parte do PM e o indiciando por
homicídio doloso. O relatório foi encaminhado ao M.P. estadual, que agora deve
decidir se acusa ou não o PM na justiça.
Os investigadores também solicitaram
que o cabo seja afastado da UPP onde trabalhava e proibido de ter
contato com testemunhas do caso que não sejam PMs. Contudo, não pediram a sua
prisão por entenderem que ele colaborou com a apuração desde o início. Na
versão deste cabo, já refutada, o motociclista havia atirado.
Assinale-se que a Corporação até agora não
divulgou o nome desse PM indiciado, diversamente de o que costuma fazer quando
algum traficante, v.g..é descoberto ou preso.
A corporação não divulgou até agora o nome do policial indiciado, diferente-
mente do que costuma fazer quando algum traficante, por exemplo, é descoberto
ou preso.
Questionado a respeito, o delegado Daniel Rosa, chefe da Delegacia de
Homicídios do Rio, negou que haja corporativismo e se limitou a responder que o
nome não será divulgado "porque não será divulgado".
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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