terça-feira, 26 de novembro de 2019

Trump interfere em Código de Conduta Militar


            
          O comandante da Marinha dos Estados Unidos, Richard Spencer, foi demitido pelo presidente por divergir de Trump em questão de disciplina militar.
          Spencer defendia punição exemplar para o fuzileiro Eddie Gallagher, acusado de diversos crimes de guerra no Iraque. Trump, no entanto, discordava, e pedia que ele fosse absolvido.

           Essa manobra demagógica  de Trump para salvar a reputação de Gallagher, é no mínimo arriscada, eis que o presidente interferia com o código de conduta dos militares, o que não costuma ser bem aceito  nas Forças Armadas. "Já não compartilho a mesma visão que o Comandante-chefe que me nomeou", escreveu Richard Spencer, em mensagem publicada na imprensa. "Reconheço o fim de minhas funções como Secretário da Marinha".

           Gallagher foi julgado por crimes de guerra em um caso que recebeu muita atenção nos Estados Unidos. Em dois de julho, ele se declarou "inocente" da acusação de assassínio de um prisioneiro no Iraque, e foi absolvido de duas tentativas de assassinato de civis iraquianos.

            No caso mais bem documentado, ele matou um adolescente membro do Estado Islâmico, que se achava ferido, recebendo cuidados médicos.  Testemunhas disseram ter ouvido pelo rádio Gallagher dizer: "Ele é meu".  Em seguida, invadiu a enfermaria e esfaqueou, por repetidas vezes, o rapaz.
              Em outro caso, o soldado Gallagher  também foi acusado de matar indiscriminadamente civis quando atuava como "franco atirador". Gallagher gostava de gabar-se de matar em média três pessoas em um período de oitenta dias, inclusive quatro mulheres.

               Gallagher, tutto sommato, não passa de um criminoso sádico. Em outro caso, o soldado Gallagher também foi acusado de matar de forma indiscriminada civis, quando atuava como franco-atirador (sic). Costumava gabar-se de matar em média  três pessoas em um período de oitenta dias, incluindo quatro mulheres.

                 A justiça militar americana, sem embargo, o absolveu, no total, em seis das sete acusações formais. Foi, no entanto,  culpado por posar ao lado de um corpo com outros militares, numa foto que poderia prejudicar as Forças Armadas americanas. Por outro lado, a Marinha lhe rebaixou a patente, em punição que reduzia seu salário e a respectiva aposentadoria.

                   Sem embargo, o pior ainda estava por vir. Em quinze de novembro, o Comandante em Chefe das Forças Armadas, Donald Trump, revogou a punição e restaurou o cargo de Gallagher, criando uma crise dentro da Marinha estadunidense.

                   A decisão de Trump  causou irritação no Comando Militar, que havia demonstrado ao presidente que absolver Gallagher  enfraqueceria a ordem, a disciplina e a integridade da Justiça Militar.
                    Para resumir esse sórdido retrato da justiça militar sob a presidência Trump, no fim de semana Mark Esper, o Secretário de Defesa sob Trump, solicitou a renúncia de  Richard Spencer (aquele que queria a punição do fuzileiro), dando como justificativa a "perda de confiança por sua falta de franqueza sobre as negociações (sic) com a Casa Branca, a respeito do caso de Eddie Gallagher".
                      Segundo a imprensa, tal consta de comunicado do Departamento de Defesa...


(Fonte: O Estado de S. Paulo)

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