O comandante da Marinha dos Estados
Unidos, Richard Spencer, foi demitido pelo presidente por divergir de Trump em
questão de disciplina militar.
Spencer defendia punição exemplar
para o fuzileiro Eddie Gallagher, acusado de diversos crimes de guerra no
Iraque. Trump, no entanto, discordava, e pedia que ele fosse absolvido.
Essa manobra demagógica de Trump para salvar a reputação de
Gallagher, é no mínimo arriscada, eis que o presidente interferia com o código
de conduta dos militares, o que não costuma ser bem aceito nas Forças Armadas. "Já não compartilho
a mesma visão que o Comandante-chefe que me nomeou", escreveu Richard
Spencer, em mensagem publicada na imprensa. "Reconheço o fim de minhas funções
como Secretário da Marinha".
Gallagher foi julgado por crimes de
guerra em um caso que recebeu muita atenção nos Estados Unidos. Em dois de
julho, ele se declarou "inocente" da acusação de assassínio de um prisioneiro
no Iraque, e foi absolvido de duas tentativas de assassinato de civis
iraquianos.
No caso mais bem documentado, ele
matou um adolescente membro do Estado Islâmico, que se achava ferido, recebendo
cuidados médicos. Testemunhas disseram
ter ouvido pelo rádio Gallagher dizer: "Ele é meu". Em seguida,
invadiu a enfermaria e esfaqueou, por repetidas vezes, o rapaz.
Em outro caso, o soldado
Gallagher também foi acusado de matar
indiscriminadamente civis quando atuava como "franco atirador".
Gallagher gostava de gabar-se de matar em média três pessoas em um período de
oitenta dias, inclusive quatro mulheres.
Gallagher, tutto sommato, não passa de um criminoso sádico. Em outro caso, o
soldado Gallagher também foi acusado de matar de forma indiscriminada civis,
quando atuava como franco-atirador (sic). Costumava gabar-se de matar em
média três pessoas em um período de
oitenta dias, incluindo quatro mulheres.
A justiça militar americana,
sem embargo, o absolveu, no total, em seis das sete acusações formais. Foi, no
entanto, culpado por posar ao lado de um corpo com outros militares, numa foto que poderia prejudicar as
Forças Armadas americanas. Por
outro lado, a Marinha lhe rebaixou a patente, em punição que reduzia seu
salário e a respectiva aposentadoria.
Sem embargo, o pior ainda
estava por vir. Em quinze de novembro, o Comandante em Chefe das Forças
Armadas, Donald Trump, revogou a punição e restaurou o cargo de
Gallagher, criando uma crise dentro da Marinha estadunidense.
A decisão de Trump causou irritação no Comando Militar, que
havia demonstrado ao presidente que absolver Gallagher enfraqueceria a ordem, a disciplina e a
integridade da Justiça Militar.
Para resumir esse sórdido
retrato da justiça militar sob a presidência Trump, no fim de semana Mark Esper,
o Secretário de Defesa sob Trump, solicitou a renúncia de Richard Spencer (aquele que queria a punição
do fuzileiro), dando como justificativa a "perda de confiança por sua
falta de franqueza sobre as negociações (sic) com a Casa Branca, a respeito do
caso de Eddie Gallagher".
Segundo a imprensa, tal
consta de comunicado do Departamento de Defesa...
(Fonte:
O Estado de S. Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário