sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Acuado, Trump critica a 1ª Sessão do Impeachment


           
      A Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes dos Estados Unidos realizou nesta quarta feira treze de novembro, a primeira audiência aberta de um processo de impeachment, em mais de duas décadas (anteriormente, a ação contra o presidente Bill Clinton, democrata, que não passou da Câmara de Representantes).

         Desta feita, o panorama se apresenta diverso.  Não é difícil para os democratas conquistar a opinião pública contra o presidente Donald Trump. A maioria democrata se defronta com um presidente republicano com baixa popularidade, a ponto que o seu partido, o Republicano,vem perdendo uma série de eleições em subúrbios, antes terreno para o GOP, e agora o partido do Presidente tem perdido nesse terreno - que antes  favorecia o GOP - para os candidatos democratas.

            Apesar das tentativas de Trump, que intenta descrever os ataques contra ele como "piadas" e "caça às bruxas" se vai firmando na opinião pública a impressão de que Trump usou sua influência como presidente dos EUA para exigir que a Ucrânia conduzisse investigações  para prejudicar um de seus rivais principais, Joe Biden. Dando prova de sua falta de escrúpulos, o 45º presidente dos Estados Unidos tentou usar seu poder e sua consequente capacidade de influência para exigir (sic) que a Ucrânia (que, a par disso, dependia para ajuda militar contra Moscou) realizasse investigações para prejudicar um de seus principais rivais (nas pequisas), i.e. Joe Biden. Nesse contexto, William Taylor, em depoimento na Câmara de Representantes, revelou  que em telefonema de julho último Trump questionou o embaixador americano para a União Europeia, Gordon Sondland, sobre o andamento das investigações ucranianas sobre seu adversário político, o democrata Joe Biden.
            O testemunho em apreço corrobora a tese democrata de que Trump usou de sua influência como presidente americano para exigir que a Ucrânia realizasse investigações para atingir um de seus principais rivais na eleição deste fim de ano. Com efeito, Biden é um dos favoritos  no partido Democrata para disputar a eleição contra o presidente Trump em 2020. Na Casa Branca, Trump reagiu: "Eu não sei nada sobre isso (sic). É a primeira vez que escuto falar, eu não me lembro disso.", eis o que respondeu Trump, ao ser questionado sobre a matéria.

              O apego do 45º presidente à verdade se afigura por demais questionável. Nesse sentido, Trump chegou a afirmar não haver assistido "nem por um minuto" a sessão ao longo do dia,pois, segundo ele próprio, estava ocupado em reuniões com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan. A notar-se. todavia, que ao contrário de o que afirma Trump, a entrevista coletiva com o líder turco organizada na Casa Branca teve atraso superior a cinquenta minutos e só começou depois que a sessão na Câmara de Representantes se encerrou...

               Durante o depoimento na Câmara, a situação de Trump ainda ficou mais precária. Nas declarações aos deputados , o embaixador William Taylor afirmou que um integrante de sua equipe acompanhou o telefonema a Sondland.  Taylor teria perguntado a Sondland, na sequência, sobre o que Trump pensava sobre a Ucrânia, e o embaixador junto a UE teria respondido que o presidente estava "mais preocupado com as investigações" que atingiriam Biden..

                  Essa conversa com Sondland teria ocorrido um dia após Trump haver pressionado o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a investigar Biden  e o filho dele, Hunter,  em momento em que a ajuda financeira militar estadunidense à Ucrânia estava suspensa. No fim de outubro,Taylor prestou depoimento a portas fechadas, aos deputados no qual, segundo a transcrição do encontro, disse aos investigadores que o advogado de Trump, Rudy Giuliani, estava pressionando a Ucrânia.
                    Na ocasião, Taylor confirmou que o apoio estadunidense à Ucrânia estava condicionado ao andamento de investigações sobre o filho de Joe Biden.  "O que eles dizem é só informação de terceira mão.Nada direto.", criticou Trump.  O presidente americano disse aos jornalistas que pretende divulgar hoje a transcrição de um telefonema que teve com Zelenski em abril último.
                      O vice-secretário de Estado para assuntos europeus, George Kent, também foi ouvido  a treze do corrente.  Respondendo a pergunta dos parlamentares,  George Kent afirmou que não há fundamento para as acusações de que Biden, quando vice-presidente de Barack Obama, tenha tentado interromper  investigações sobre a empresa de gás ucraniana Burisma Holdings, da  qual seu filho fazia parte do conselho de administração.
                       Esta vem sendo uma das alegações dos aliados de Trump durante o processo de impeachment. Kent também afirmou que o esforço do advogado de Trump para que a Ucrânia investigasse Biden influenciava as relações com os ucranianos.O Comitê de Inteligência da Câmara ouvirá amanhã (sexta-feira, quinze de novembro) o depoimento da ex-embaixadora estadunidense na Ucrânia, Marie Yovanovitch.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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