O artigo da Cantanhêde
em O Estado de S. Paulo "Para Frente ou para Trás?" reflete uma
realidade infelizmente importante na atualidade hodierna no Brasil.
Há
uma sensação difusa de impasse no
combate à corrupção. Nesse contexto, comparecem
o julgamento da restrição aos dados da
Receita e do Coaf, a reviravolta na prisão em segunda instância, e o Pacote
anticrime parado.
Nesse contexto, o presidente do Sindifisco, Kleber Cabral adverte, dentro
e fora do país, para os graves efeitos dessa investida não só contra a Lava Jato, mas contra todos os avanços
no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.
"Essa
é a percepção generalizada e qualquer decisão que restrinja o trabalho da
Receita e o compartilhamento de dados de órgãos de controle tem impacto
inclusive no desenvolvimento. Se o
Brasil for carimbado como "não cooperativo" no combate a ilícitos,
isso será um forte obstáculo aos investimentos internacionais", acentua
Kleber Cabral.
O
Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco) já entrou com
representações em quatro órgãos internacionais para denunciar e tentar brecar
os avanços contra os órgãos de controle, Receita, Polícia Federal e Unidade de
Inteligência Financeira (UIF, ex COAF). E deve-se ter bem presente que tais
ataques não se limitam a apenas um
Poder.
Nesse contexto, os
desenvolvimentos em diversos poderes são bastante óbvios e claros: assim, além
do julgamento do Supremo sobre a Segunda Instância e o compartilhamento de
dados - um comentário: como é breve uma posição de combate e repulsa, como se
verificou no STF acerca da Segunda Instância, em que fica a impressão de que a
repulsa à quantidade dos recursos, e a consequente extensão da impunidade de
assassinos e ladrões, mui rápido se tornou algo do passado, e não o que
revoltava a Opinião Pública para a
indefinida sala de espera para assassinos e ladrões ricos.
Há também outros desenvolvimentos
que preocupam, como no campo do racismo: a crueldade contra negros e a
comunidade LGBT, o discurso das
armas, a posição retrógrada sobre gênero disfarçada como defesa da família. E
os casos ainda mais agressivos, como um professor universitário xingado de "macaco" e esfaqueado na rua por
ser negro, em plena semana da Consciência Negra? E aquela do deputado federal vandalizando uma
exposição contra o racismo?
E nesse ambiente
onde vale tudo ou quase tudo, a Cantanhêde tem elogios para o Ministério da
Economia de Paulo Guedes e para o
Presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia. Se eles trazem
racionalidade a um ambiente onde tende a prevalecer o irracional, a economia
tem enorme peso na política, e pode contribuir para dar mais força às lutas
contra outros graves problemas.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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