A resistência do
Presidente Evo Morales foi bastante
longa e há poucas dúvidas de que ele se tenha empenhado a fundo para reter o
poder na Bolívia, um dos países mais pobres da América do Sul. Ele chegou mesmo
a tentar permanecer na marra, no que demonstrou a habitual falta de
sensibilidade política que costuma afetar em especial aos déspotas, tanto aqueles
esclarecidos, como aqueles menos
esclarecidos.
O seu adversário Carlos Mesa parece ser o beneficiário da relutante renúncia de Evo
Morales, que terá chegado mesmo a tentar convencer los altos Mandos de que ele continuava a ser a personalidade
mais apropriada para continuar como
presidente da Bolívia.
Segundo consta, o alto comando o persuadiria,
passadas todas as demonstrações da revolta popular - que mostrara durante dias
a sua posição contrária àquela burla do voto do eleitorado - e até com certa facilidade, que o seu tempo de
presidente da Bolívia já terminara, e que era mais do que hora de que se
conformasse com a realidade.
Evo Morales, pela trajetória de
seu governo, e pelas próprias realizações teria feito jus a uma saída do poder
que lhe houvesse sido mais condigna,
dadas as suas conquistas para a população da Bolívia. Ao se deixar embair pelos
logros do continuísmo, ele pôs em risco as respectivas obras e a sua
contribuição para a democracia. E tal é
lamentável.
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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