quarta-feira, 31 de julho de 2019

Livre-Comércio entre Brasil e Estados Unidos ?


                 
         As declarações de ontem do presidente Donald  Trump de "que trabalha em um acordo  de livre-comércio  com o Brasil"  levaram ontem o Secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo a afirmar  que o governo vai atuar para firmar um tratado mais "ambicioso e abrangente" possível.
              A ideia seria buscar um acordo que inclua a retirada de tarifas e a criação de cotas de importação com menos tributos.  Por sua vez, em visita ao Brasil, o Secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, confirmou o interesse em um tratado comercial, mas afirmou que há riscos de que compromissos assumidos pelo Mercosul com a União Europeia, em junho, impeçam um acordo mais amplo.
                 Mas segundo se adianta, não é só do lado europeu que se firmam compromissos. Assim,com discussões mais adiantadas, um tratado  para aumentar a aquisição pelos Estados Unidos de açúcar e etanol brasileiros pode sair até outubro.
                  De resto, não é novidade que os Estados Unidos foram o principal destino de exportações brasileiras de bens (US$ 28,7 bilhões em 2018), e de serviços (US$ 16 bilhões, em 2017).
                   O intercâmbio com os Estados Unidos é importante para as indústrias brasileiras, desde que sejam preservadas as nossas indústrias básicas, e que as condições do comércio brasilo-americano contribuam para um crescimento recíproco das atividades respectivas.  Esse intercâmbio deve, portanto, ter sempre presente o interesse nacional das duas Partes, e tal igualitarismo de princípio entre tais parceiros não deve ser a causa de eventuais prejuízos para a Parte menos desenvolvida.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

terça-feira, 30 de julho de 2019

Johnson insiste em que a UE renegocie o Brexit


                 
        Boris Johnson, já como primeiro ministro, insiste junto a UE para que os seus líderes renegociem o Brexit.  Boris Johnson, que assumiu o cargo na semana passada, quer mudar os termos do acordo de separação firmado por sua antecessora,  Theresa May.

           De qualquer forma, ele declara que o Reino Unido deixará o bloco em 31 de outubro, com ou sem compromisso. A UE afirmou, a respeito, que não reabrirá as negociações.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Putin: vergonha o tratamento a Navalny


                        
         Não sei o que é mais vergonhoso: se a foto de Alexei Navalni, com os olhos inchados, e a atitude "estranhamente nervosa" da equipe do hospital, que só permitiu à médica pessoal  de Navalni que o visse, mas não o examinasse.

            Mas para demonstrar essa já aparente evidência de envenenamento, a referida médica de Navalni, Anastasia Vasilieva formula uma hipótese médica quanto à possível exposição de Navalni a algum agente químico. Para tanto, a dra. Vasilieva pegou amostras do cabelo e da camiseta  de Navalni, para que se realize uma análise independente, possivelmente na Europa.

              Entre outros sintomas, disse ela, " os olhos incharam, o pescoço ficou avermelhado e, as pálpebras pareciam bolas de ping-pong".
              
( Fonte: O Estado de S. Paulo )

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Para Mujica, há ditadura na Venezuela


                        
       A nova posição de Mujica, que reconhece a existência de regime ditatorial na Venezuela, é importante, sobretudo pela circunstância de que o regime da Frente Ampla no Uruguai se pautava anteriormente pela negativa.

           Além da mudança de José (Pepe) Mujica, também se alinha à nova posição uruguaia, Daniel Martinez, candidato oficial da Frente Ampla : "O relatório de Bachelet é claro de que há uma ditadura."

               A verdade pode ser incômoda e contraria, por vezes, até as mais férreas negativas ideológicas.


( Fonte: O Globo )

Navalny sofre ataque "alérgico"


                         
         Não é fácil, mas muito perigoso, ser oposicionista na Rússia, onde o controle de gospodin Putin se aproxima do total.
          Vejam, ilustres passageiros, o que acaba de acontecer com Alexei Navalny, o líder oposicionista russo. Ele teve de ser transportado de urgência a um hospital, por haver sofrido uma "reação alérgica grave". Não é por acaso que Navalny esteja na prisão.
            Já os médicos que o tratam  não divulgaram ainda o respectivo diagnóstico. Mas uma médica que tratou de Navalny no passado - e conseguiu vê-lo através de fresta em porta e até conversar com ele - considera a "possibilidade" de envenenamento.

              Corajoso crítico do regime Putin, o opositor político nunca havia apresentado reação alérgica antes. Bastou que Navalny pedisse ao povo que protestasse contra a exclusão dos candidatos da Oposição em eleição para vereadores na Capital, para que o governo Putin interviesse com violência. Navalny já tinha sido impedido de concorrer contra Putin na última eleição presidencial, sob o pretexto de condenação suspensa em um tribunal interiorano.

( Fonte: O Globo )

Repressão em Hong Kong


                                  
        A democracia é o centro do problema em Hong Kong. Cedido Hong Kong, numa retirada da secular presença inglesa na cidade, em princípios do século XXI, os choques se foram acirrando entre a população local, habituada aos ares da liberdade que, incongruamente. a colônia aí estabelecida trouxera àquele núcleo populacional, e à administração da República Popular da China, que ora mal recebe os livres costumes que caracterizavam àquela antiga cidade chinesa.
              A crise em Hong Kong se deve a uma provocação da metrópole chinesa, trazida pela governadora Carrie Lam, instaurando a extradição para a RPC, que sob a orientação de Xi Jinping se tornara uma presença centralizante e autoritária, contradizendo a filosofia que presidira à cessão de Hong Kong de volta à China comunista, então sob o princípio de um povo e dois sistemas.
                Em termos de liberdade, a memória é curta em Beijing. Agindo mais como provocadora do que amante do bom entendimento - em geral tais reformadores têm a memória curta, e na própria sofreguidão de vassalo, curvam-se com demasiada rapidez aos caprichos da metrópole.

                 Acostumados aos ares da China Continental,  em que o autoritarismo de novo se acentua, sob a presença centralizante do novel líder Xi Jinping, grande admirador de Mao Zedong, os servidores de Beijing, tratam Hong Kong como a colônia que nunca foi, e por isso, habituados aos deletérios costumes da liberdade que a longa presença inglesa aí instituíra, os habitantes de Hong Kong não são servos, e se crêem cidadãos. agarrando-se às liberalidades que a metrópole ocidental lhes soprara.  O respeito à liberdade ora semelha, para os servos de Beijing, especialmente encarregados dessa tarefa que, na prática, é a sua própria negação, como uma aplicação rotineira, tendo presente a própria filosofia que é a da obediência cega à autoridade imperial. Por isso sequer discutem as ordens, por mais prepósteras que sejam, se acaso se dispusessem a pensar e a refletir nas consequências dos atos que lhe são impostos, pois esta é a sua natureza e, portanto, sequer hesitarão em aplicá-las a outrem.

                  Não se vá esperar, por conseguinte, de uma executora como Carrie Lam, que vá pensar se isto é ou não admissível. Ela sabe muito bem a quem deve a sua autoridade, Num sistema como o da atual RPC, os governadores locais não devem contrariar a  instâncias superiores. Nisso reside, de resto, o gérmen da fraqueza do autoritarismo, eis que esta ignorância pode constituir um grande auxílio às forças da liberdade. Não está decerto escrito que a liberdade - que a gente de Hong Kong personifica - vá vencer, mas  essa surpresa da resistência e o valor que ela presume, representa o único imponderável nessa súbita e inesperada vontade de afirmar os próprios valores. São os imprevisíveis ares da liberdade, que os servos da repressão sequer podem compreender, e muito menos combater na arena da política.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

domingo, 28 de julho de 2019

Entendendo Boris Johnson


                                   

      A crônica de hoje de Lourival Sant'Anna - O premiê mentiroso - me apresentou um Boris Johnson que ainda não conhecia. Ao tomar ciência dessa característica da falta de caráter do atual Primeiro Ministro de Sua Majestade, na realidade a sua propensão para a mentira, ela decerto ajuda a entender muitos aspectos da sua personalidade.
       Entristeceu-me saber que o berço da democracia fique agora confiado a alguém de caráter fraco, que não tem respeito pelo que esse regime representa.

        Gostaria que me apontassem na história do homem político algum personagem que se tenha afirmado pela mentira. Essa palavra de tantos sinônimos nas línguas correntes - chega a aproximar-se dos cem se consultarmos o Houaiss, por exemplo, que é o dicionário que tenho ao meu lado.
        No entanto, essa falha de caráter do novel morador do endereço mais prestigioso  da democracia inglesa - Downing Street 10 - se a compararmos com a mediocridade dos seus imediatos antecessores - David Cameron e Theresa May - ajuda a entender melhor o porquê das confusões recentes na política britânica.
          Como diria o outro, é hora de apertar o cinto, porque as turbulências vêm por aí.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )
        

Eleições na terra de Putin


                                   
        Segundo garante o Presidente de todas as Rússias, Vladimir Putin, a Federação Russa é uma democracia. Há problemas, no entanto,  quando os eleitores desejam pôr à prova essa aspiração.  Aí, surgem contradições que nem a dialética de gospodin Putin consegue explicar.
           Se a Rússia, como o Senhor do Kremlin afirma aos quatro ventos, é uma democracia, qual é a razão do temor do Presidente quando a coletividade de Moscou se reúne para pedir eleições locais livres e justas?
            Livres e justas?  À primeira vista, que problema existirá com essa exigência ? Não é a Rússia uma democracia? Então p'ra quê chamar a polícia - inclusive o esquadrão de choque, quando os eleitores se reúnem?
            Os assessores de Putin devem estar fazendo confusões inúteis... pois se Putin é tão democrata quanto se proclama, para que tentar intimidar o povo com intervenções de esquadrões de choque daquela polícia da pesada, que vem com escudos e proteção visual?
            Mas não há negar que a farsa da democracia na Rússia vem provocando protestos cada vez mais numerosos, o que tem causado reações em cadeia - e não há trocadilho aqui - porque realmente os manifestantes, por bem-comportados que sejam, muitos deles acabam trancafiados no xilindró russo, e ainda por cima feridos na cabeça, com as bordoadas dos cassetetes da polícia de choque.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Amapá: morto líder indígena


                        
       Segundo líderes locais e funcionários da Secretaria Estadual dos Povos Indígenas, o cacique Emyra Wajãpi foi atacado  enquanto voltava da casa da filha, e seu corpo foi encontrado dentro do leito de um rio.
        Os líderes citados acima afirmam que houve, anteontem, invasão de um grupo de cinquenta garimpeiros na aldeia.  Segundo a referida Secretaria, esse grupo está armado e há risco de conflitos.
          Nesse contexto, a Fundação Nacional do Indio (Funai) declarou, em nota, ter acionado a Polícia Federal, assim como o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, que, na noite de ontem, estavam a caminho do local.  Essa localidade fica próxima do município de Pedra Branca do Amapari, a 189 km da capital Macapá.
            Segundo o órgão em tela, "por ora, não há registros de conflito, apesar de ter sido confirmado um óbito, mas não há detalhes das circunstâncias."
             O vereador Jawaruwa Wajãpi, do município de Pedra Branca do Amapari, a 189 km da capital Macapá, afirmou que está na aldeia e pediu apoio ao Senador Randolfe Rodrigues (Rede - AP). "Estamos pedindo socorro, estamos pedindo seu apoio para ver se libera as Forças Armadas ou qualquer ajuda. Uma comunidade Wajãpi está em risco de morte", disse em áudio enviado pelo WhatsApp.
              Ao Estado, o Assessor Técnico da Secretaria dos Povos Indígenas do Governo, Makreito Wajãpi, confirmou as informações: "Estamos precisando urgente da entrada dos policiais federais, junto com a Funai, queremos que isso seja resolvido o mais rápido possível", disse o Assessor Técnico.
                Falando a respeito, o Assessor Técnico sublinhou que isso "nunca tinha acontecido antes."  E, com a ênfase do perigo, observou Makreito: "É a primeira vez que aconteceu isso na nossa vida. Ficamos muito preocupados e tristes, porque temos família, crianças e nossa preocupação é isso."
               Makreito também disse que líderes indígenas relataram uma tentativa de assassinar Arawyra e sua família na sexta-feira.  Consoante o relato, o cacique estava com sua mulher e uma neta em uma plantação, quando foi surpreendido por cinco pessoas, que seriam garimpeiros. O grupo teria atirado contra os três indígenas, que conseguiram fugir. Por sua vez, os moradores da aldeia estão abri-gados  em comunidade vizinha.
                  De acordo com o Senador Randolfe Rodrigues (Rede - AP), líderes indígenas afirmaram a ele que, se não houver providência de parte das autoridades, os Wajãpi vão "estar em guerra, entrar em conflito" com os garimpeiros.               

 (Fonte: O Estado de S. Paulo )

A Economia em Crise


                                  

         No Brasil, há um crescimento desigual nas várias regiões.  Assim, a economia do Brasil como um todo demora para recuperar os índices pré-crise econômica. Entrementes, duas regiões - Centro-Oeste e Sul - atingiram ou superaram os índices de março de 2014, data de início da espiral da queda do PIB.
             Nesses termos, segundo o índice Itaú para a atividade econômica (empregos formais, comércio, indústria e agricultura), o Centro-Oeste é a única região que superou com folga, no primeiro trimestre de 2019, os números de cinco anos atrás.
              Já o Sul na prática fica em um quase zero a zero ( 0,25 ponto percentual abaixo dos índices de 2014).
               Por sua vez, na lanterna, o Sudeste sofre com o desempenho tanto de Minas Gerais quanto do Rio - e este último lidera o fechamento de empregos formais e se acha entre as economias mais frágeis do País.
                 Por fim, com desempenho abaixo da média nacional, São Paulo, a habitual locomotiva da economia brasileira.  sente os reflexos da crise que atingiu a indústria, indicador com a pior performance entre os pesquisados pelo Itaú.

( Fonte: O Estado de S.Paulo )

A gastança da Justiça


                                 
      Segundo noticia o Estadão, o Conselho Nacional de Justiça planeja mudar-se de uma sede alugada - que passou há cerca de três anos por reformas que custaram cerca de R$ 7 milhões - para um prédio maior, ao custo de R$ 23,3 milhões ao ano.
         A ideia partiu de um auxiliar do presidente do Conselho, Dias Toffoli - que acumula essa presidência, com a do Supremo, por um biênio
          
              Na atual sede, o CNJ paga anualmente aluguel de R$ 16,8 milhões.

(Fonte: O Estado de S. Paulo )      

Defender a Amazônia


                       

           O New York Times de hoje, domingo, 28 de julho, publica uma penosa verdade para a maioria dos brasileiros que não desconhecem o que realmente significa para o mundo - e não há exagero aqui - a Hiléia admirada através dos séculos por Humboldt e tantos outros cientistas e exploradores, evidenciando apreço e valorização que só cresceram com a conscientização da nossa floresta tropical equatorial, que é um verdadeiro pulmão para a Terra e a Humanidade, nesses anos difíceis em que o bicho homem não se cansa de pôr abaixo  grandes e portentosas florestas, como ocorreu na Malásia, na Africa do Norte, e agora o governo populista de Jair Bolsonaro, por razões que a razão desconhece se empenha em abater esse magnífico inferno verde, que até hoje se vem mal ou bem mantendo em favor desse mundo, vasto Mundo.

                 Por isso, a Europa (notadamente França e Alemanha) tem evidenciado a sua preocupação com as estranhas ideias do atual governo de Jair Bolsonaro. Até o diretor do INPE - instituto nacional de pesquisas espaciais - tem sido objeto de críticas do Palácio do Planalto (sede da presidência da república), por realizar bem o respectivo trabalho, que é o da eterna vigilância quanto aos sinais de ataque à essa Hiléia Amazônica (como a chamou Humboldt, que já no século XVIII se maravilhara com a sua riqueza em espécies vegetais).

                    Em um mundo antes  ignaro do potencial das grandes florestas de servirem contra a desertificação - e no estado do Pará a floresta amazônica é uma sombra do passado, dados os avanços da cúpida estupidez de empresas madeireiras, que apoiadas pela ignorância dos governantes de turno vão abatendo as portentosas florestas, e abrindo os vastos espaços desmatados, que militante ignorância devastadora  vai transformando em campos estéreis, a exemplo da Malásia, da África do Norte e de outras vítimas da estranha glutoneria que desbasta a própria riqueza florestal, enquanto lança as sólidas bases de miséria vegetal e humana, que deparamos nesses espaços em que se troca a riqueza do presente com a arenosa miséria de um futuro próximo.

                       O presidente Macron, da França, faz bem em enfatizar a relevância da floresta amazônica, que é um dos elos do Acordo de Paris. A eterna vigilância não é penhor apenas da democracia, mas também importa que seja exercida pelos líderes de outros Povos, que, deparando os desvios e os juízos de outrem, procuram agir em defesa da Hiléia Amazônica, e para tanto usando os instrumentos do diálogo e da persuasão.  É decerto minoritário o círculo de brasileiros que vêem com indiferença o ataque a esse grande patrimônio, que não é só nosso ( ainda que a nós compete defendê-lo contra os seus abatedores e também contra eventuais dirigentes que porventura desconheçam o valor dessa grande floresta, e que por motivos insondáveis acaso tentem voltar-se contra ela).
                             Países europeus, como a Alemanha e a França, entre outros, se vem empenhando em financiar o Fundo Amazônico, voltado para a preservação desse Tesouro da Humanidade. Cabe a nós brasileiros atuar com a persuasão, empenho, patriotismo e uma visão generosa da  Humanidade em geral, que esse filtro gigante. que essa maravilha para tantos exploradores (no bom sentido!) seja mantida e preservada, não seguindo o triste caminho da savana e da desertificação.

(a continuar).      

( Fontes: Humboldt, Carlos Drummond de Andrade, H. Sternberg)

sábado, 27 de julho de 2019

O pior naufrágio de 2019 na costa da Líbia ?


                        
         A Líbia informou ontem, dia 26 de julho, haver recuperado os corpos de 62 imigrantes após o naufrágio considerado  a mais grave tragédia do ano 2019 no mar Mediterrâneo.
              Por sua vez, a Organização Internacional de Migrações (OIM) declarou que 145 foram resgatadas com vida, e 110 ainda estão desaparecidos. Segundo outra fonte, a Marinha líbia reportou que 134 pessoas tinham sobrevivido, e 115 estavam desaparecidas.

                Conforme observou o alto-comissário das Nações Unidas para refugiados, Filippe Grandi,se todos estiverem mortos será "a pior tragédia no Mediterrâneo neste ano."   O naufrágio ocorreu perto  da cidade Líbia de Khoms, 120 km a leste da capital Tripoli,afirmou Safa Msehli, oficial de comunicações do escritório da OIM na Líbia. Este país mergulhou a partir de 2011 no caos, em que as milícias exercem o poder, inexistindo na prática um poder central. Depois da revolução que derrubou Kadaffi - e a sua inglória morte quando homiziado em uma espécie de esconderijo - o país está desde então mergulhado na desordem, ou melhor na anarquia, que na sua etimologia registra a realidade sobre a Líbia hodierna, que virou um estado fracassado, à deriva, sem um poder central e segmentado por milícias que através de tiranetes  exercem um controle local.

                   Os migrantes resgatados são, na sua maioria, originários da Eritreia. No entanto,  entre eles há também palestinos e sudaneses, segundo informação da Marinha líbica. De acordo com sobreviventes,  menos de duas horas depois da partida, na noite de quarta-feira, dia dezessete - um número de mau agouro para os italianos - a embarcação se encheu de água e o motor parou. Mais uma tragédia africana, com a sólita e pesada participação local, ao fornecer embarcação no limite da respectiva capacidade de singrar o mar Mediterrâneo, com a sua carga de infelizes que desta feita não terão de lidar com o triúnviro Matteo Salvini.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )        

USA e Guatemala firmam acordo


                        
    Donald  Trump, pelo visto, pensa ter descoberto a pólvora. Depois que andou imprensando o Amlo (abreviatura de nome e sobrenome do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador), também na sua preocupação obsessiva, que é a de tentar impedir a entrada de imigrantes ilegais nos USA, e para tanto já pedira empenho de Obrador e agora forçou a frágil Guatemala a firmar um "acordo de asilo", que estranhamente obriga a pequena Guatemala a aceitar solicitações de refugiados.
          Para arrancar tais préstimos, Donald Trump, o sutil, ameaçou impor tarifas à Guatemala para pressioná-la à  "negociação" de um acordo migratório. É de ver como se portou a pequena Guatemala diante do gigante Estados Unidos.
           Não creio que o atual presidente guatemalteco, Jimmy Morales, haja feito muita resistência diante da súbita aspiração da Superpotência em querer "negociar" um acordo migratório.

            E não é que a Guatemala concordou com o desejo dos Estados Unidos? A fórmula será a seguinte: doravante a Guatemala passa a ser considerada pela Superpotência um "terceiro país seguro". No entender da Casa Branca, isto dará segurança aos solicitantes de asilo e deterá a imigração ilegal para os EUA.
              Não está esclarecido quem vai pagar o pato, mas parece pouco provável que sejam os Estados Unidos...

( Fonte: O Estado de S. Paulo )  

Até quando haverá bombardeios na Síria ?


                        
        Ataques aéreos do governo de Bashar al-Assad, da Síria,  e de aliados (Rússia)  destruíram escolas, hospitais, mercados e até padarias, matando  cerca de 103 civis nos últimos dez dias, inclusive trazendo a morte a 26 crianças. Esta informação consta do comunicado de Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e atual diretora responsável pelo Departamento de Direitos Humanos, das Nações Unidas.
         Com o apoio da força aérea russa, o governo  sírio de al-Assad iniciara em abril último, ulterior ofensiva contra enclave rebelde no noroeste da Síria (Aleppo), onde estão localizadas as forças remanescentes de opositores ao ditador Bashar al-Assad.
          As Nações Unidas, ao invés de fazer esse gênero de apelo ao ditador al-Assad, que parece prestes a retornar à 'sua' capital Damasco, deveria através das forças que se opuseram a tal ditadura sangrenta fazer um chamado por cessar-fogo que evite o bárbaro sacrifício de crianças inocentes, e que procure estabelecer trégua para esse interminável conflito, buscando criar condições para que cesse de imediato a matança em que notadamente se empenham Bashar e as forças que o apóiam.
            Só através de condições humanas - e não da perseguição raivosa e odienta - que al-Assad pode pretender, no futuro, instaurar de volta a normalidade na Terra da Passagem.

            Se o descendente da dinastia dos al-Assad deseja criar normalidade nesse País, ele terá todo o interesse de aí restabelecer  uma existência civilizada, sem raptos, sequestros, estupros nem expedições punitivas. Isso se Bashar al-Assad valorize a volta da normalidade e a possibilidade de que todos possam fruir de uma ambiência de tranquilidade e segurança, em que as escolas reabram, em que os estudantes estudem e frequentem ginásios e academias, na esperança de que o tempo das mortes súbitas e bárbaras, dos sequestros, e das prisões injustificadas passem a ser restos de um passado que a todos servirá esquecer e superar. E, dessarte, o próprio Bashar al-Assad poderá viajar pela própria terra, certo de que não o espera alguma bomba enterrada, ataque de raivoso punhal, ou traiçoeira emboscada.  Será reabrir os portões da Paz e não as negras cancelas de uma guerra desapiedada e, sobretudo, imprevisível.

              Será através da tolerância ao outro, na existência de leis que criem condições para o Bem Público,  será enfim a volta da Paz, que repele os calabouços, os bombardeios e,  sobretudo, a Violência que só cuida do regaço em que ódio, vingança e morte irrompem    com sua face hedionda, senhores que são da desgraça e, sobretudo, da incerteza que visita a todos aqueles que se voltam e se prostem diante da deusa violência pensando dela conseguir outra coisa que o sorriso escarninho do deus Tánatos (1).
[i](Morte)
(Fonte: O Estado de S. Paulo)




Quem incendiou o Reichstag ?


                        
      Depoimento sob juramento de um ex-membro da organização nazista SA (Sturm Abteilung)[1], que foi colhido há mais de sessenta anos, reforçou as teorias de que o partido de Hitler teria responsabilidade no incêndio do Reichstag, em 1933.
        A esse propósito, a imprensa alemã noticiou ontem, 26 de julho, que o documento em tela, de 1955, isenta o "autor" do atentado,  o sindicalista holandês Marinus van der Lubbe, que fora condenado à morte e decapitado em 1934.
        O Führer Adolf Hitler atribuiu o incêndio a um complot  comunista e dele se valeu para criar condições no sentido de aplainar o caminho para estabelecer o regime nazista.

( Fonte: O Estado de S.Paulo )


[1] Divisão de Ataque

A Obsessão de Trump


                                   
      O famigerado Muro, já anunciado pelo candidato Trump, cuja vitória no pleito só se tornara possível com os dirty tricks  de Putin & Cia. e a colaboração de um sistema eleitoral do século XVIII, volta às primeiras páginas dos jornais. A Suprema Corte, que é de maioria republicana, por haver Obama perdido a oportunidade de criar condições para a designação por ele de  substituto do ministro falecido com perfil democrata, acabou recebendo outro juiz conservador, e assim o presidente democrata não fez a hora, nem contribuíu para que acontecesse... 
          Só mesmo uma corte com maioria do GOP  que a dotação para a defesa nacional possa ser desviada para a construção do famigerado muro.

           Resume muito bem a questão um dos litigantes na ação, a União das liberdades civis (ACLU): "Comunidades na fronteira, o meio ambiente e  nossa separação constitucional de Poderes serão para sempre prejudicados se Trump conseguir pilhar fundos militares para um muro xenofóbico de fronteira, algo que foi negado pelo Congresso", afirmou a 26 do corrrente Dror Ladin, um advogado do grupo, após a decisão da Suprema Corte.
             A decisão de ontem concerne apenas aos fundos do Pentágono, em torno de US$ 2,5 bilhões.  O restante dos fundos segue bloqueado, até que a Justiça emita uma opinião. 

( Fonte: O Estado de S. Paulo, Geraldo Vandré )

Rússia rejeita proposta de Araújo sobre Venezuela


        
        Em reunião dos  Brics (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul), o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araujo, declarou que o Brasil estaria disposto a agir com China e Rússia para encontrar uma solução para a crise na Venezuela.

            Em resposta à proposta, o chanceler russo, Sergei Lavrov, defendeu solução "sem interferência externa" para o país vizinho.

            A resposta de Lavrov, o chanceler de Vladimir Putin, era de certa forma previsível. Tenha-se presente que no grupo BRICS,  se dissocia Putin, com a ajuda que presta a Maduro em termos de aquisição do petróleo da PDVSA, assim como, ultimamente,  com equipamentos bélicos como caças, que vem tendo utilização crescente, por Padrino, o ministro da Guerra de Nicolás Maduro.

              A foto estampada pelo jornal carioca  O Globo poderia ter sido mais objetiva nos seus dizeres, pois o que se vê  às costas dos ministros do BRICS é uma vista do lago do Itamaraty, com o prédio ao fundo, e as palmeiras, na sua parte que forma o entorno das instalações de o que fornecera a localização de nosso Ministério das Relações Exteriores ( palácio do Itamaraty) no passado anterior à entrada em funções de Brasília.

( Fonte: O Globo )  

Sanções EUA a parentes de Maduro


                       
       O governo Trump impôs ontem sanções a empresários acusados de corrupção na importação de cestas básicas e venda de ouro venezuelano.  Entre os visados, estão enteados de Nicolás Maduro e o empresário colombiano Alex Saab, apontado como chefe do esquema.
            Conforme o Departamento do Tesouro dos EUA, Saab é responsável por vasta rede de corrupção, que tem como base o programa de cestas básicas Carné da Pátria (Clap). O programa oferece alimentos subsidiados mediante registro biométrico em bancos de dados eleitorais.  Os enteados de Maduro foram identificados como Walter, Yosser e Yoswal Flores, conhecidos como  "Los Chamos", filhos da primeira dama, Cília Flores.
             O esquema consistia, segundo autoridades americanas,  em contratos superfaturados sem licitação.  "Saab conspirou com  membros do regime para construir uma rede de corrupção para explorar a fome dos venezuelanos", afirmou o Secretário do Tesouro, Steve Mnuchin. "Estamos punindo essas pessoas e empresas que lucraram com o esquema."
                Saab começou a montar o esquema de importação de alimentos em 2016. Segundo o Departamento do Tesouro, ele entregava uma quantia ínfima de o que era contratado.
                  Fontes americanas acreditam que Saab pagou propina aos enteados de Maduro, para que eles o colocassem em contato com o próprio presidente e com o vice-presidente e ministro da Indústria da Venezuela, Tareck el-Aissami, que foi incluído pelas autoridades na lista de sanções, em fevereiro de 2017, por narcotráfico.
                   Em 2018, de acordo com o governo americano, Saab começou a negociar ouro  com representantes turcos e dos Emirados Árabes, para driblar a escassez de dólares provocada pela crise financeira.
                    Os alvos das sanções terão congelados todos os ativos ou bens imóveis que possam ter nos EUA. Estão, outrossim,  de entrar em transações financeiras com qualquer cidadão ou empresa americana. Em consequência, tais pessoas incluídas no listão do Tesouro americano terão dificuldade para ter acesso ao sistema financeiro internacional, que se baseia no dólar.
                     Simultaneamente, os EUA também impusera sanções a treze empresas, algumas delas de propriedade de Saab e de seus sócios, que a partir dessa data igualmente terão congelados os seus ativos sob jurisdição americana.
                       Para Mnuchin, Saab ainda estaria 'escondido' na Venezuela, mas havendo a Interpol emitindo uma circular azul - presume-se que se logre localizá-lo, identificá-lo e obter as informações necessárias para a abertura de investigação penal. Ainda para a mesma pessoa,  as ações mencionadas são "muito significativas", por atingirem um grupo mais próximo do ditador Maduro.
                               Segundo a Caracas oficial. o programa Clap   ajuda mais de seis milhões de pessoas, mas a Assembleia Nacional (parlamento eleito de forma legítima e que é liderado pela Oposição) alega que o plano em tela provocou  milionárias perdas patrimoniais por força da corrupção e serve para direcionar o voto dos eleitores.

( Fonte: Estado de São Paulo )

sexta-feira, 26 de julho de 2019

União Européia vs. Johnson


                        

         O novo Primeiro Ministro Boris Johnson apresentou ontem, logo após a audiência com a rainha Elizabeth, suas condições para a saída de seu país da União Europeia. Com a mesma presteza, elas consideradas "inaceitáveis" por Michel Barnier, o negociador europeu.
              Em seu primeiro discurso ao Parlamento, o novel premier usou o mesmo termo ao se referir aos pontos do acordo antes negociado pela predecessora Theresa May. Nesse sentido, ele pediu a Bruxelas que reveja o texto. Johnson, que ora tem assessoria de eurocéticos no gabinete, exigiu o fim do "backstop", mecanismo criado para evitar  uma fronteira alfandegária entre as duas Irlandas, aquela republicana, e a Irlanda do Norte, tendo presente que o restabelecimento de postos de controle violaria o acordo de paz de 1998, e por conseguinte ameaça ressuscitar um conflito sectário traumático para os irlandeses.
              Ao assumir o cargo, na quarta-feira, Johnson preparou o Reino Unido para um confronto com a U.E., prometendo negociar um novo acordo do Brexit e ameaçando que, se o bloco recusar, ele vai tirar o país sem um pacto, no dia 31 de outubro.
                Era previsível que a resposta de Barnier fosse também na linha anti-negociação. "Inaceitável", replicou Barnier, utilizando o mesmo vocabulário de Johnson. "Uma falta de acordo nunca será a opção da UE, mas devemos estar preparados para todos os cenários."
                  Em conversa telefônica com o Primeiro Ministro britânico, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que está deixando o cargo, reiterou a  Johnson que o acordo concluído em novembro com a May é o ~melhor e único pacto possivel.
                    Os dirigentes da UE  vem repetindo que não vão reabrir o acordo de saída concluído com May, que se viu forçada a renunciar após o texto ser rejeitado pelos deputados britânicos, inclusive conservadores, em três oportunidades.     
                      Ontem, em seu discurso inaugural, Boris prometeu  que o Brexit tornará o Reino Unido o melhor lugar do mundo, ecoando a retórica popularesca do presidente estadunidense, Donald Trump. O primeiro ministro, que foi saudado por Trump como sua versão britânica (sic), prometeu que o divórcio da UE vai energizar a quinta maior economia mundial. "Vamos fazer deste país o melhor lugar do mundo."
                       Johnson garantiu que não está sendo exagerado e afirmou que o Reino Unido poderá ser a economia mais próspera da Europa até 2050, um feito que significaria superar França e Alemanha. "Nossos filhos e netos viverão mais felizes, gozando de melhor saúde e mais ricos", afirmou sem pestanejar.
                        Johnson garantiu que não estava exagerando e afirmou que o Reino Unido poderá ser a economia mais próspera da Europa até 2050, um feito que significaria  superar a França e a Alemanha.  "Nossos filhos e netos viverão mais felizes, gozando de melhor saúde e mais ricos", afirmou ele.
                        Jeremy Corbyn, lider do Labour,  principal legenda de Oposição no Parlamento britânico, denunciou logo depois  um "governo de extrema direita" e advertiu que os trabalhistas se oporão a qualquer  acordo do Brexit que não proteja o emprego, os direitos dos trabalhadores britânicos e o Meio Ambiente.
                           Convocada por Corbyn, uma manifestação ontem à tarde em Londres pediu eleições legislativas antecipadas. Lembra-se que Johnson foi eleito apenas pelos militantes do Partido Conservador e que, em consequência, não representa a todos os ingleses.
                             A atitude do novo Primeiro Ministro vem inquietando o governo irlandês. Assim, Michael Creed, ministro da Agricultura da Irlanda, disse que a posição do governo britânico que implica pedido de um novo acordo sem o "backstop" - mecanismo ideado para evitar uma fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte,  é preocupante.
                                Por outro lado, na quarta-feira o primeiro ministro da Irlanda, Leo Varadkar, disse que "um novo acordo" sobre o Brexit "não deve ocorrer."
                                 Tampouco foi divulgado detalhe sobre propostas alternativas de Johnson para a fronteira da Irlanda e Varadkar evitou fazer especulações.

                                 Em fim de contas, o novo líder conservador do Reino Unido ameaça um Brexit sem acordo, o que seria desastroso para a economia irlandesa.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )           

Sánchez não consegue formar governo


                                  

            Por segunda vez nesta semana,  o socialista Pedro Sánchez não logrou arrebanhar apoio suficiente  para constituir um gabinete e tornar-se chefe de governo.
             Para tanto, o partido Podemos foi determinante, ao abster-se na votação.
  
            Dessarte, Sánchez lograria 124 votos a favor, mas teve 155 contra, além de 67 abstenções.
           
           De acordo com as normas vigentes, a Espanha deverá passar por um período de dois meses, para determinar se pode haver outra candidatura para constituir gabinete, ou se será necessário realizar novas eleições.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )