Há uma crescente opinião na mídia, e
em muitos comentaristas políticos, que
Donald Trump, o quadragésimo-quinto presidente americano, não disputará a
reeleição, com vistas a evitar a derrota certa ao intentar bisar o mandato,
como é o costume na grande, esmagadora maioria dos presidentes americanos.
No Washington Post, o colunista Joe Scarborough apadrinha essa postura,
e já no título da matéria, afirma "Está ficando claro que Trump não
disputará a reeleição".
Não há dúvida que Donald John Trump
está evidenciando no seu primeiro mandato a própria fraqueza, tanto na defesa
de teses que estão na contramão da história americana, quanto na sua banalidade e na expressão de um
submundo de mentira - que o ajudou a eleger-se - e que agora com a mediocridade
da sua presidência, a série de escândalos e da sua inquietude diante do raid contra o escritório de seu advogado
Cohen, mostram o quão baixo ele está colocando como nível da sua atuação pelo
simples fato de que a sua abismal presidência não teria condições de sustentar
primárias e eleições em um cenário diante de candidaturas relevantes, seja de
parte de republicano que se proponha arrancar-lhe a próxima nomination, seja também de contestação
de candidato(a) forte do Partido Democrata.
No entanto, gostaria de entender
melhor o próximo turno eleitoral - não a eleição intermediária, que pode esta
já decretar-lhe o fim da maioria do GOP na Câmara de Representantes - mas sim
em que o panorama eleitoral para presidente muda em termos da candidatura ou
não de Trump.
Se não houver mudança radical - a
eventual perda da maioria tanto na Câmara, quanto no Senado, em favor dos
democratas - gostaria de sublinhar que os argumentos alinhados pelo colunista
do Washington Post não mudam
essencialmente o rumo dos eventos, se tivermos presente as recuperações e as
viradas de jogo que Trump, como candidato, mostrou serem possíveis.
Há um outro elemento que carece de ser
computado. Trump já conseguiu isto no
passado, e não está escrito que não vá consegui-lo para um segundo mandato.
Nesse contexto, existe apenas uma
incógnita, que é - como bem sambemos - a investigação pelo Conselheiro Especial
Robert Mueller III. Se a essa
investigação lograr comprovar em campos nos quais um acting president não poderia cometer faltas que depõem contra a própria
essência do cargo - e que, no entanto, delas se tornou responsável sem sombra
de dúvida - nesse caso muda tudo.
Mas aí é que
está o problema. Enquanto isso não ocorrer - e tenham presente que a trajetória
de Donald Trump tem conseguido até agora
contornar as pedras que foram surgindo no seu caminho, o que garante que também
nessa investigação não possa acontecer o
mesmo?
É o que o futuro dirá. Cenários
como o do artigo do Washington Post, podem
impressionar, mas se repisarem os erros usuais de Trump, tudo tenderá a ficar
na mesma.
Como naquela velha imagem
pugilística, Trump há de sobreviver a mais esta, se lograr escapar daquele
murro terminal, que o deixaria knock-out,
com carneiros e ovelhas balindo à sua volta...
( Fontes: O Estado de S.Paulo; A
pedra no caminho )
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