quarta-feira, 11 de abril de 2018

O que dizer das mortes de palestinos?


                           

         São notícias que a imprensa mundo afora parece considerar como  fait divers, isto é,  a prática dos jornais de consignar a colunas esquecidas em páginas internas os gratuitos e, portanto, bestiais assassinatos de árabes palestinos que ora repontam a cada dia.
         Dirse-ia que para esse governo de Benjamin Netanyahu tudo vale em termos de opressão e, mesmo de bárbaro e inumano tratamento reservado à população árabe-palestina, havida como culpada por esse estúpido regime ao ponto de que a transforme em alvo permanente de suas letais estripulias.
          Agride ao pensamento lógico que esses soldados venham passando não dos limites, mas de qualquer norma que seja aplicada por qualquer país que se creia civilizado, no boçal, cruel e estúpido modo com que vem preparando a mais justa das revoltas. Agindo desse modo, que faz parecer outros carrascos do passado como gente até menos violenta e estúpida, com que as tropas ocupantes israelenses alardeiam a própria selvageria, procedendo como gente que faz parecer moderado militares como Ariel Sharon, tal é o cinismo, a perversidade burra e sem peias com que esses janízaros de Israel afrontam a civilização e o mínimo de respeito que devem ter por civis que padeçam o infortúnio de viverem em terra sem lei, sob o jugo impiedoso de gente que parece ter olvidado o que as grandes e as pequenas maldades soem provocar em um povo a que não fazem esquecer a opressão, a perversidade, e a crua, gratuita violência de os que se creem protegidos  pelo poder colonial sionista.
          A todo homem que é abatido, aleijado ou ferido na própria terra, sob o estulto, bárbaro, perverso, e intrinsecamente burro ataque de soldadesca de mais um poder que se crê superior, outros muitos surgirão com a férrea vontade que a opressão e a injustiça não lograrão jamais apagar e sufocar, mas só preparam pela provocação, crueldade e a   estupidez de seus opressores que apenas apressam o processo dessa justiça, que ao tardar só tende a aumentar  o próprio impeto e o férreo ânimo  de recuperar a liberdade, e mostrar a essa gentalha armada que se crê imperial, a quanto pode levar a verdadeira revolução que, ao fim e ao cabo, venha a  desatar a justa reação de os  que  pensara provocar, diminuir, humilhar e até se não matar, aleijar.
           Só dirigentes que ignoram o bê-a-bá da História, podem cair  na senda maldita de não só tolerar, senão provocar  situações  que, ao invés de afastar,  tendem a agravar a crise  do  estado sionista. Tudo que Arafat e Rabin pensaram possível, com o espírito de nascente acordo entre israelenses e palestinos, é jogado por terra.  Um regime injusto que alardeia a própria opressão do Povo Palestino está destinado a cair, e mais cedo do que pensa.                                               

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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