São notícias que a imprensa mundo afora
parece considerar como fait divers, isto é, a prática dos jornais de consignar a colunas
esquecidas em páginas internas os gratuitos e, portanto, bestiais assassinatos
de árabes palestinos que ora repontam a cada dia.
Dirse-ia que para esse governo de
Benjamin Netanyahu tudo vale em termos de opressão e, mesmo de bárbaro e
inumano tratamento reservado à população árabe-palestina, havida como culpada
por esse estúpido regime ao ponto de que a transforme em alvo permanente de
suas letais estripulias.
Agride ao pensamento lógico que esses
soldados venham passando não dos limites, mas de qualquer norma que seja
aplicada por qualquer país que se creia civilizado, no boçal, cruel e estúpido
modo com que vem preparando a mais justa das revoltas. Agindo desse modo, que
faz parecer outros carrascos do passado como gente até menos violenta e
estúpida, com que as tropas ocupantes israelenses alardeiam a própria
selvageria, procedendo como gente que faz parecer moderado militares como Ariel
Sharon, tal é o cinismo, a perversidade burra e sem peias com que esses
janízaros de Israel afrontam a civilização e o mínimo de respeito que devem ter
por civis que padeçam o infortúnio de viverem em terra sem lei, sob o jugo
impiedoso de gente que parece ter olvidado o que as grandes e as pequenas
maldades soem provocar em um povo a que não fazem esquecer a opressão, a
perversidade, e a crua, gratuita violência de os que se creem protegidos pelo poder colonial sionista.
A todo homem que é abatido, aleijado
ou ferido na própria terra, sob o estulto, bárbaro, perverso, e intrinsecamente
burro ataque de soldadesca de mais um poder que se crê superior, outros muitos
surgirão com a férrea vontade que a opressão e a injustiça não lograrão jamais
apagar e sufocar, mas só preparam pela provocação, crueldade e a estupidez
de seus opressores que apenas apressam o processo dessa justiça, que ao tardar
só tende a aumentar o próprio impeto e o
férreo ânimo de recuperar a liberdade, e
mostrar a essa gentalha armada que se crê imperial, a quanto pode levar a
verdadeira revolução que, ao fim e ao cabo, venha a desatar a justa reação de os que pensara provocar, diminuir, humilhar e
até se não matar, aleijar.
Só dirigentes que ignoram o bê-a-bá
da História, podem cair na senda maldita
de não só tolerar, senão provocar situações que, ao invés de afastar, tendem a agravar a crise do
estado sionista. Tudo que Arafat e Rabin pensaram possível, com o
espírito de nascente acordo entre israelenses e palestinos, é jogado por terra.
Um regime injusto que alardeia a própria
opressão do Povo Palestino está destinado a cair, e mais cedo do que pensa.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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