Longe, bem longe dos olhos da mídia
internacional, continua o massacre do Povo palestino. Gaza pode ter-se
transformado, sob a cruel indiferença do poder israelense, em estranho símbolo
do sofrimento dessa gente que é condenada a morrer, em pequenas notícias de
jornal, sob a aparente indiferença da opinião pública mundial.
É apenas recorte de diário, que na sua
brevidade registra o crime continuado, que persegue o bravo Povo Palestino,
sob a mortal, cruel pontaria dos soldados israelenses. Mais quatro palestinos
trucidados na Faixa de Gaza. Para que o mundo se conscientize do crime contra o
direito das gentes nesse pontual, revoltante extermínio do anseio da gente de
Gaza de ter uma existência digna, o que mais é necessário?
Essa pobre e, sem embargo, simbólica
terra, que está presente em obras de realce de nossa civilização, não merece
por certo tanta ignóbil crueldade, todo esse impiedoso menosprezo por tudo que
por merecer faça a dignidade humana e, sobretudo, o respeito pelos seus irmãos
homens.
Mais do que estarrecer-me, me revolta,
e não só a mim, tal matança desapiedada, como se aplicada no modelo das cruéis
extorsões que a provisória empáfia de um Povo venha deformando, a bandeiras
despregadas, os laços com a gente que vive em terras vizinhas.
Quais são os frutos da maldade da
soldadesca? Seria bom e oportuno que os
seus chefes, que se supõe tenham vivido um pouco mais, e auferido maior
compreensão do respeito que se deve ao gênero humano, lhes façam entender que a
violência do soldado ignaro e torpe a nada leva e a todos nivela, nessa purulenta lama da ira, de crueldade tão
gratuita, quanto mofina de que tem dado sobejas provas a soldadesca israelense. Tudo isso terá
um fim e Clio nos ensina que ele não
será do agrado dos que hoje se consideram fortes e por isso imbatíveis. Não se
esqueçam que a flecha de Paris irá buscar e abater o invencível Aquiles.
Diante disso, tenho a certeza, de que
ao fim e ao cabo, o Povo Palestino vencerá, porque a sua porfia é a boa
luta, aquela que o sangue vertido na terra, ao invés de rarear a gente tão corajosa
quanto confiável, fá-la crescer aos olhos da Humanidade e de todos os homens de boa
vontade.
A lição, se bem aprendida, se-lo-á
para sempre.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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