sábado, 21 de abril de 2018

Massacre em Gaza


                                         

         Longe, bem longe dos olhos da mídia internacional, continua o massacre do Povo palestino. Gaza pode ter-se transformado, sob a cruel indiferença do poder israelense, em estranho símbolo do sofrimento dessa gente que é condenada a morrer, em pequenas notícias de jornal, sob a aparente indiferença da opinião pública mundial.
        É apenas recorte de diário, que na sua brevidade registra o crime continuado, que persegue o bravo Povo Palestino, sob a mortal, cruel pontaria dos soldados israelenses. Mais quatro palestinos trucidados na Faixa de Gaza. Para que o mundo se conscientize do crime contra o direito das gentes nesse pontual, revoltante extermínio do anseio da gente de Gaza de ter uma existência digna, o que mais é necessário?
        Essa pobre e, sem embargo, simbólica terra, que está presente em obras de realce de nossa civilização, não merece por certo tanta ignóbil crueldade, todo esse impiedoso menosprezo por tudo que por merecer faça a dignidade humana e, sobretudo, o respeito pelos seus irmãos homens.
        Mais do que estarrecer-me, me revolta, e não só a mim, tal matança desapiedada, como se aplicada no modelo das cruéis extorsões que a provisória empáfia de um Povo venha deformando, a bandeiras despregadas, os laços com a gente que vive em terras vizinhas.
         Quais são os frutos da maldade da soldadesca?  Seria bom e oportuno que os seus chefes, que se supõe tenham vivido um pouco mais, e auferido maior compreensão do respeito que se deve ao gênero humano, lhes façam entender que a violência do soldado ignaro e torpe a nada leva e a todos nivela, nessa  purulenta lama da ira, de crueldade tão gratuita, quanto mofina de que tem dado sobejas  provas a soldadesca israelense. Tudo isso terá um fim e Clio nos ensina que ele não será do agrado dos que hoje se consideram fortes e por isso imbatíveis. Não se esqueçam que a flecha de Paris irá buscar e abater o invencível Aquiles.
        Diante disso, tenho a certeza, de que ao fim e ao cabo, o Povo Palestino vencerá, porque a sua porfia é a boa luta, aquela que o sangue vertido na terra, ao invés de rarear a gente tão corajosa quanto confiável,  fá-la crescer aos olhos da Humanidade e de todos os homens de boa vontade.
         A lição, se bem aprendida, se-lo-á para sempre.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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