Noticia
a imprensa que o Partido dos Trabalhadores, esquecendo a própria mensagem,
deseja proibir o Supremo Tribunal
Federal de televisionar sessões.
Mais uma vez, e por motivos
inconfessáveis, o PT deseja emplacar na pauta da Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, projeto que proíba a TV Justiça
de transmitir as sessões do Supremo Tribunal Federal (STF), e demais tribunais
superiores.
Consoante assinalado pela imprensa,
essa proposta pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP) é de 2013, mas foi
requentada e virou prioridade para esse
partido depois que a Corte negou o habeas
corpus contra a prisão do
ex-presidente Lula.
Quanto à profissão libertária do
Partido dos Trabalhadores, ela decerto depende dos tempos e das conveniências
políticas. Uma vez mais, tenta o PT
calar a imprensa e o seu conduto hoje mais perigoso no seu entender - a
transmissão pela TV Justiça das votações em nossa mais alta Corte.
O julgamento do Mensalão - que tanto já preocupara o tribuno Lula - abriu novos
caminhos para a democracia no Brasil. Até hoje, há gente desse partido que
acoime ao então Ministro Joaquim Barbosa
a relatar, com as tintas acerbas da verdade, o escândalo do Mensalão, que outro
Ministro se empenhara em procrastinar.
Bem
fez o Ministro Barbosa em relatar com honestidade e precisão o escândalo
petista. Agora reponta outra tentativa
inconfessável de representante petista,
que ousa propor - e através da CCJ
- o desígnio de calar a verdade, e de ocultar ao Povo soberano as discussões e
os debates do Supremo.
Ter medo da verdade e do
conhecimento, e nesse sentido apelar para os procedimentos mais vis de
acobertamento da realidade, é sinal inequívoco de menosprezo pela Constituição
Cidadã. Pregar a censura como o faz esse
representante de partido que, ao que tudo indica, perdeu o pejo de valer-se
desse vil instrumento das ditaduras e dos regimes corruptos, que é a negação da
verdade. A Constituição de Ulysses Guimarães estigmatiza esse sórdido recurso
das ditaduras a que, pelo visto, o PT hodierno não se peja de recorrer.
Nada foi de maior proveito para a conscientização
do Povo soberano do que a transmissão dos debates no Supremo Tribunal Federal.
Levá-los a público reforça a nossa democracia - porque o medo da verdade é a perene desculpa das ditaduras e dos
propósitos inconfessáveis que animam esse suposto temor de que a gente
brasileira ainda não estaria preparada para lidar com ela.
Até hoje, o Ministro Joaquim
Barbosa provoca temores inconfessáveis.
A verdade é o sangue da democracia. Os que dela têm medo mostram quais
são os seus reais propósitos. Por isso, armados de todos os pretextos da
chicana, eles a perseguem, e de forma ardilosa.
Jamais ousam enfrentá-la.
E porque dela têm o medo daqueles
que conhecem da verdade a força e a pujança, tudo fazem para afastá-la ou desviá-la,
para tanto sequer se pejando de que tudo isso perpetram para melhor defendê-la.
O conhecimento da verdade é a
droga mágica das democracias. Não temê-la, nem querer encafuá-la nas alcovas
dos regimes ditatoriais, constitue o remédio milagroso que serve a pobres e
ricos, porque não há outra salvação para qualquer regime que o culto sem peias
nem limites da Verdade.
Fora com os atalhos da
ditadura! Fora com os arautos da mentira
e do privilégio.
Fora com a censura, em todos os
seus atavios e trajes!
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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