Um dos
principais líderes da oposição venezuelana, o ex-prefeito de Caracas Antonio
Ledezma foi recebido em Brasília, a 27 do corrente pelos presidentes
Michel Temer e Sebastián Piñera (Chile).
Ao encontrar-se com os dois
presidentes, Ledezma pediu notadamente que os dois líderes sul-americanos não
reconheçam as eleições marcadas
para o próximo dia 20 de maio, na
Venezuela.
Ledezma,
que é um dos mais respeitados líderes da oposição democrática na Venezuela,
classificou como fraude o processo eleitoral montado por Maduro. Na
verdade, a crise venezuelana ganhou a dimensão de "catástrofe
humanitária".
Com a única finalidade de
prolongar-se no poder, o lider chavista, consoante Antonio Ledezma, monta uma
"fraude eleitoral", a qual não tem outra finalidade que a sua
prorrogação no poder.
Nesse sentido, o
ex-prefeito de Caracas e líder da Oposição assinala que a prorrogação de Maduro
é a prorrogação do extermínio. E acrescentou: "Porque na Venezuela se
instalou um processo de extermínio do povo.
Temos o maior campo de concentração da História da Humanidade. Mais de 26 milhões de seres humanos estão sequestrados por uma narcoditadura. E digo - sublinhou Ledezma - narcoditadura
porque já se tem provas de que Maduro e seu grupo representam um bando
organizado que assaltou o poder na
Venezuela e está relacionado com terroristas, com contrabandistas de gasolina e
traficantes."
Tais foram as palavras de
Antonio Ledezma, ditas no Palácio do Itamaraty,
aonde foi condecorada com uma medalha de honra, pelo ministro das
relações exteriores, Aloysio Nunes.
Em suas declarações, Ledezma
expôs números segundo os quais trezentas mil crianças vivem afetadas por
crônica desnutrição. Na prática, segundo o ex-prefeito, estão elas "
sentenciadas à morte".
E, nesse contexto, assinala:
"Por isso, eu peço que olhem para a Venezuela. Mais de oito milhões de
pessoas não podem fazer sequer uma refeição por dia. Falamos de homens e
mulheres que morrem diariamente por não terem acesso a serviços de
quimioterapia, estão enfermos de diabetes, sem acesso à hemodiálise. Morrem
doentes porque não há medicamento nem comida."
Ledezma, enquanto líder da
Oposição venezuelana, se empenha em que os presidentes de países vizinhos se
posicionem no sentido de que Maduro se afaste do poder e que seja instalado na
Venezuela um governo de transição. Esse governo provisório, por sua vez,
ficaria encarregado de organizar um processo eleitoral legítimo.
Como lógica consequência de o
que está acontecendo na Venezuela, Ledezma defende que Maduro seja
impossibilitado de participar de
qualquer eleição, eis que, segundo ele,
está envolvido em atos de corrupção e
por desrespeitar em vários pontos a Constituição venezuelana.
"É a
hora de Maduro ser destituído e que seja feita a captura dele em qualquer lugar
do mundo. Não queremos do Brasil apoio à
oposição, queremos apoio ao não-reconhecimento das eleições fraudulentas que
vão acontecer na Venezuela, no dia
vinte de maio.
No entendimento de Ledezma,
o perigo que Maduro representa não se circunscreve apenas ao seu povo, mas
também aos países vizinhos. Nesse
sentido, citou a crise migratória de venezuelanos para Roraima, que na
avaliação de Antonio Ledezma tenderá a agravar-se à medida que se acentue a crise no país
vizinho.
Nesse contexto, Ledezma
pediu a atenção especial para o fato de que "o
salário integral não passa de US$ 2.00
por mês. que é uma catástrofe humanitária.
Não estamos pedindo compaixão, estamos pedindo justiça. A Vene- zuela ameaça a instabilidade
regional."
(
Fonte: O
Globo )
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