O Estado de S. Paulo reporta em primeira página que a
Procuradoria-Geral da República instaurou procedimento preliminar para analisar
se abre inquérito sobre vídeo em que a
presidente do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann (PR), diz à
TV Al Jazira que o ex-Presidente Lula é um preso político e acusa a Justiça
brasileira.
A senadora Gleisi Hoffmann, como
presidente do PT, se empenha na defesa do ex-presidente Lula. A despeito da linguagem da senadora, que não
se conforma ao debate jurídico, devemos ter presente a atitude do ex-presidente
Lula que embarcou no monomotor para Curitiba sponte sua. Essa atitude do ex-presidente mostra duas coisas: (a)
dá exemplo digno de nota de que, apesar de discordar da sentença, ele a cumpre;
(b) o fato de ser hoje um presidiário não lhe retira o direito de pleitear da
Justiça a reconsideração da sentença.
Tomada pela paixão política, a
senadora Gleisi Hoffmann pode exagerar na linguagem, mas a reação, conforme
publicada, da Procuradoria-Geral da República me parece excessiva. É bom
lembrar a respeito as palavras de Voltaire: Eu não estou de acordo com uma
palavra do que dizes, mas lutarei até a morte pelo teu direito de dizê-las.
(
Fontes: O Estado de S. Paulo, Voltaire ).
Um comentário:
Concordo plenamente, Pai. No Brasil a extrema radicalização da retórica faz com que até as instituições estão perdendo a serenidade, mais preocupadas com ressonância e opinião publica. Em um ambiente tão carregado, isso só ajuda a deslegitimar o processo legal e a democracia. É o que querem os que foram pegos com a boca na botija e os que vêm por aí com a lôbrega vassourinha.
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