Perguntada por O Globo se "admite abrir mão da cabeça de chapa e ser vice?", a candidata Marina assim respondeu:
"Acho interessante que algumas
pessoas, não importa quanto eu pontue
nas pesquisas, não consigam me ver como uma possível candidata à
Presidência da República. (meu o grifo) Ás vezes eu pergunto: será que é porque sou de origem
humilde? Será que é porque sou negra? Será que é porque sou cristão evangélica?
Independentemente de toda a trajetória, de 2010, de em 2014 ter sobrevivido a
um massacre e ter 22 milhões de votos, de continuar a fazer política em
condições inteiramente franciscanas e, mesmo assim, ter o respeito e uma
intenção de votos que para qualquer um é valorizada... por que, em relação a
mim, as pessoas só conseguem indagar se eu aceitaria ser vice? Por que
ninguém consegue fazer uma outra
pergunta? Nós tomamos uma decisão depois de uma discussão muito acurada. Temos
um projeto que não dependerá das candidaturas. Estamos abertos ao diálogo? Sim,
mas com muito respeito por nossa candidatura."
Perguntada sobre a chance real de
segundo turno entre dois evangélicos: Bolsonaro, de direita, e a senhora mais à
esquerda, e de como via tal cenário, Marina respondeu: "não gosto dessa dicotomia
de dividir os candidatos de acordo com a fé que professam. Eu tenho a noção do
que é o estado laico, aliás, o estado laico foi uma grande contribuição da
reforma protestante, e só os que desconhecem a história advogam que ser cristão
evangélico é, a priori, ser contra o
estado laico. Então, eu posso até ter adversários ideológicos, mas não quero
que se faça no Brasil uma guerra santa".
Verifica-se que na sua travessia
política, Marina tem apresentado, na sua linguagem cristalina, muita firmeza.
Recordamos o quão difícil foi lutar
contra a candidata Dilma, máxime em 2014, de que temos o exemplo do
desvirtuamento pela então petista do tópico da autonomia do Banco Central, em
que Marina sequer teve o direito de resposta, pela disposição da Justiça Eleitoral, a par da má-fé prevalente, como se autonomia do BC significasse
tirar a comida da mesa do trabalhador...
(
Fonte: O Globo )
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