Desde muito pesa sobre a CBF a sombra
da corrupção. Depois da prisão de José Maria
Marin, em Zurich, na Suiça, em 2015, e a
precipitada fuga de Marco Polo del Nero, voando na noite para o Brasil, não
mais subsistiam dúvidas razoáveis sobre a culpabilidade de Del Nero.
Sucediam-se, no entanto as óbvias admissões de culpa em
cartório, eis que del Nero se recusa, e de forma repetida, a deixar o Brasil,
por ocasião dos jogos da seleção brasileira, na rota da classificação, a
princípio acidentada, e mais tarde resolvida com o pulso firme na Comissão
Técnica do responsável Tite.
Não houve da parte
brasileira e muito menos da CBF qualquer movimentação que tirasse as
consequências lógicas da fuga precipitada de Marco Polo del Nero. Ao invés, por
algum tempo, um dirigente suspeito de corrupção de forma tão forte logrou
manter-se na CBF, dando-lhe a Confederação o tempo necessário para costurar a
indicação do próprio sucessor, na pessoa de Rogério Caboclo.
Que
uma pessoa tão atingida pelas denúncias e que se ache já na rota da
defenestração tenha tido a força política de fazer o próprio sucessor, na
pessoa de Rogério Caboclo, será acaso um bom indício para o desporto
brasileiro? O que esperar dessa nova 'chefia', ungida sob as benesses de Del
Nero? O novo 'presidente' Caboclo,
eleito há dez dias, irá assumir o cargo somente em abril de 2019. E por que o
poder público se omite ?
Com a situação
na CBF definida, ainda que com estranhas mesuras, cabe à Fifa continuar o
processo de defenestração de Del Nero. Nesse sentido, fez-se nova audiência
nesta quarta-feira. Del Nero - que não pode sair do Brasil pelas causas
(americanas) demasiado conhecidas - não pôde aparecer, e a sua sorte foi selada
pela admissão de não poder viajar para o exterior. Não obstante, Del Nero vai recorrer a todas
as instâncias da FIFA, para ganhar
tempo, pois não há dúvida sobre o veredito.
Chegará mesmo Del Nero a recorrer
à Corte Arbitral dos Esportes, como o fizeram os precessores seus nesse ínvio
caminho - Joseph Blatter, Michel Platini e Jerôme Valcke (o desenvolto, lembram-se?, que ao parecer, mordido
pela mosca azul, acariciava estrondosas ambições) eis que este apparatchik da Fifa chegou a
tronitruante a ameaçar aqui no Brasil dar pontapés nos traseiros. Tudo isso,
lembram-se? ao ensejo da Copa no Brasil em que ruiu mais um sonho de campeonato, sob o impacto dos
7x1 diante da arrasadora Alemanha, e
a estupefação do banco brasileiro, presidido por um fulgurado Felipão.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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