A luta contra a corrupção e a crise
venezuelana dominaram a Cúpula das Américas, encerrada a catorze do corrente
com críticas ao regime do Presidente Nicolás Maduro.
O presidente peruano, Martín
Vizcarra, abriu a cúpula, declarando que "sete a cada dez
habitantes do hemisfério têm pouca ou nenhuma confiança em seus governos. Mais
da metade dos cidadãos avalia como ruim o desempenho de suas autoridades na
luta contra a corrupção".
É plenamente compreensível essa
ênfase dada pelo atual presidente do Peru, ao fenômeno da corrupção, eis que
acaba de assumir o governo por causa da corrupção que derrubou o presidente
anterior.
Por sua vez, o presidente da
Argentina, Mauricio Macri, declarou que seu governo não vai reconhecer
qualquer resultado das próximas eleições na
Venezuela. Nesse sentido, Macri enfatizou que a crise humanitária no país sul-americano "é o caso extremo
de sociedade com corrupção descontrolada."
Ao referir - o que já é matéria do
conhecimento geral - que há presos políticos na Venezuela, Macri declarou que a
Argentina não vai reconhecer o resultado da próxima eleição. Nesse sentido,
Macri encareceu ao governo de Maduro que "deixe de negar a realidade e
aceite a ajuda internacional que permita superar a crise humanitária que é
insustentável". Macri defendeu que
as Américas devem trabalhar juntas para "uma
saída justa e pacífica para a Venezuela".
O vice-presidente americano Mike
Pence participou da Conferência no lugar de Trump (que ficou em
Washington para administrar a crise na Síria e as suas repercussões no Kremlin).
No contexto hemisférico, declarou que Washington "promove mais sanções"
para isolar o Governo Maduro. Nessa oportunidade, anunciou ajuda adicional de
US$ 16 milhões para os refugiados venezuelanos.
A par disso, asseverou:
"Buscamos sanções adicionais, mais isolamento e mais pressão diplomática,
começando por nosso hemisfério, mas também por todo o mundo para reconhecer que
a Venezuela é uma ditadura."
Por sua vez, o presidente
chileno, Sebastián Piñera, declarou que "não há dúvida de que na
Venezuela não existe democracia, não existe o estado de direito, não há
respeito aos direitos humanos ou estão organizando eleições limpas."
O Chile, terceiro maior destino
de venezuelanos, depois de Colômbia e Espanha, acaba de criar um "visto de responsabilidade
democrática" para os venezuelanos
que "fogem do país buscando democracia e prosperidade."
O boliviano Evo
Morales - que é aliado de Maduro - criticou os Estados Unidos e
classificou a maior potência do mundo como "ameaça à paz e à
liberdade". Ainda nesse mesmo diapasão, Morales aditou: "É nosso
dever falar das ameaças do nosso hemisfério", a propósito de lembrar que
são os Estados Unidos são o maior poluidor do mundo, mas "deu as
costas para o Acordo de Paris", para
redução da emissão de poluentes atmosféricos.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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